Ícone da esquerda local, o primeiro petista orgânico - metalúrgico e morador de um bairro periférico - a ser eleito prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira é, sem dúvida, um dos maiores cases de sucesso do partido em solo gaúcho.
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Eleito em 2000, quando a desconfiança de todos era notória contra o PT, Valdeci, que já havia sido vereador, foi contra todas as estatísticas e pesquisas que o colocavam como um nome fora do páreo. O operário, há duas décadas, sagrava-se prefeito do quinto maior município do Rio Grande do Sul.
Na sequência, em 2004, foi reeleito. O primeiro prefeito, da história de Santa Maria, a protagonizar tal feito. Apenas não emplacou um terceiro mandato, em 2016, por uma diferença de incríveis 226 votos contra Jorge Pozzobom (PSDB), atual mandatário, que buscará a reeleição. Sendo que a disputa de quatro anos atrás foi a mais acirrada do Brasil.
NOVO PARADIGMA
Acontece que, por muito tempo, o próprio PT reconheceu o óbvio: petistas são órfãos de um herdeiro de Valdeci. Agora, ao que tudo indica, isso pode estar próximo de mudar. Afilhado político de Valdeci, o vereador Luciano Guerra (na foto, antes da pandemia), o mais votado do pleito de 2016 à Câmara, tem em parte o que o próprio Valdeci ostenta: a combinação de carisma e simplicidade.
Guerra, a exemplo de Valdeci, nasceu no interior do município. Já foi subprefeito do distrito de Palma. É conhecedor das demandas do homem do campo. Mesmo com uma carreira política recente, está no segundo mandato como vereador, mostra-se um quadro promissor, relatam fontes do partido e, até mesmo, os adversários reconhecem isso.
É ponderado, equilibrado e, de certa forma, consegue se descolar do próprio PT _ um partido desgastado e que, dificilmente, se livrará da marca da corrupção.
DESAFIO
Petistas têm se agarrado às estatísticas e aos números dos últimos pleitos que, em média, asseguram de 20% a 30% dos votos na disputa à prefeitura. Fiador do ingresso de Guerra na política, e, agora, da campanha à prefeitura, Valdeci sabe que pode lapidar ainda mais o pupilo para que a transição de um sucessor seja natural.
