De hoje até o próximo dia 28, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) estará imersa naquela que já é considerada a mais acirrada disputa ao cargo de reitor da instituição dos próximos anos. A simbologia e a representatividade da universidade não pode ser suplantada dentro das discussões dos rumos da Federal para o período de 2022 a 2025 e dar lugar ao embate ideológico ou político-partidário. Porém, isso, até o momento, parece algo difícil de se esperar. Até porque os dois lados _ ou seriam quatro? _ já estão duelando dentro do campus, em grupos de WhatsApp, e, claro, nas redes sociais.
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Às vésperas do começo da campanha, ainda hoje, o candidato a reitor, o professor Rogério Koff, ingressou com um pedido de impugnação das outras três candidaturas _ de Luciano Schuch (atual vice-reitor), Cristina Nogueira e Marta Adaime.
No ofício encaminhado, Koff afirma que o quadro de candidaturas homologadas apresenta-se com uma "configuração repugnante a qualquer pessoa que dê o mínimo de valor ao Estado Democrático de Direito", já que os três candidatos concorrem simultaneamente a dois cargos eletivos cada (reitor e vice-reitor).
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Esse movimento de Koff, em nada, se mostra uma surpresa. Bem pelo contrário. Fontes relataram à coluna que a "tendência" é que ele "dê sequência" a esse "tipo de ação" mesmo após o encerramento da votação por parte dos conselhos superiores, no próximo dia 28.
MANOBRA
O repórter de Política, Maurício Araujo, tentou, hoje, falar com os quatro candidatos. Apenas a professora Cristina Nogueira se manifestou e reforçou que a candidatura dela preenche a todos os requisitos previstos junto à instituição.
Os demais afirmaram ter conhecimento do pedido de impugnação, mas não tiveram acesso ao teor do mesmo. Koff manteve-se em reserva e reforçou que somente, a partir de hoje, que irá se pronunciar publicamente acerca da disputa.
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No ofício, Koff diz que a "solução mais justa e que pune adequadamente essa manobra Malasartiana é a nulidade de todas as candidaturas. Não se pode admitir que quem atenta contra a legalidade e tem em mente 'dar uma volta' no Estado Democrático de Direito possa concorrer aos cargos executivos máximos de uma instituição com a importância da UFSM. Por isso, de imediato, requeremos a anulação de todas as candidaturas duplas".
ERROS COMETIDOS
Porém, causa, no mínimo, estranheza mesmo uma candidatura se apresentar com três nomes e, ainda mais complicado, é não fazer a leitura que Koff fez: a que a chapa tentou mascarar o que, ao que tudo indica, ser a apresentação de uma lista tríplice prévia.
Ao mesmo tempo, o fato de Koff não ter colocado o nome sob o crivo da comunidade acadêmica respalda, em parte, o entendimento dos apoiadores dos demais candidatos: de que Koff pulou a fase da consulta acadêmica. Ou seja, chegou atrasado no ônibus _ não o que faz a linha da UFSM _ e ainda quis ficar na janela.
PRAZO FINAL
Uma vez definida a lista tríplice, que será escolhida por 124 conselheiros, o envio dela deverá ocorrer em até 60 dias, antes do fim do mandato do atual reitor, Paulo Burmann. Se isso não ocorrer, o MEC poderá nomear um "interventor".