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O governador Eduardo Leite (PSDB), na última quinta-feira, assumiu publicamente ser homossexual no programa Conversa com Bial, da Rede Globo. A fala dele, tratada como uma "revelação", não deveria ser vista desta forma. Por um único motivo: a vida pessoal dele não diz respeito a ninguém. Mas, como afirmou Leite, "nesse Brasil com pouca integridade nesse momento", o chefe do Piratini foi além e mostrou que "a gente precisa debater o que se é".
São essas que julgo ser as principais falas do jovem governador, que buscará espaço para concorrer à presidência da República: retomarmos o respeito. Ou, ao menos, o convívio de forma civilizada. E, principalmente, nos distanciarmos desses polos que emanam ódio e que criaram cisões entre nós brasileiros.
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Afinal, o que somos hoje? Uma nação dividida e polarizada que serve a dois políticos de estimação. A pandemia ceifou mais de meio milhão de vidas, e, ainda assim, o aprendizado teima em não vir. O que nos faz deduzir que, aparentemente, somos incapazes de tirar lições em meio ao momento mais difícil das nossas vidas. É na adversidade e na crise que somos testados. Porém, nós e nossas lideranças políticas nos mostramos incapazes de buscar consensos (o que é diferente de unanimidade) para superarmos essa crise que é sanitária, social e econômica.
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Ao pensar que, na corrida ao governo do Estado em 2018, Leite sofreu ataques homofóbicos por seus adversários _ e mais, recentemente, foi injuriado por Roberto Jefferson (presidente nacional do PTB) _, o tucano mostrou grandeza em não se esconder de nada nem de ninguém. O errado nisso tudo é uma pessoa, seja ela pública ou não, ter de dar satisfação da sua vida e da orientação sexual a quem quer que seja.
Mesmo assim, Leite foi destemido e corajoso. Ainda mais por se tratar de Rio Grande do Sul, um Estado conservador, e de um país que atravessa um momento de ódio e de extremismo, ele acena com ares de renovação e de esperança.