![Com catástrofe no Estado e decisão sobre direção do PSDB, governador Leite enfrenta tempos difíceis Com catástrofe no Estado e decisão sobre direção do PSDB, governador Leite enfrenta tempos difíceis](https://suitacdn.cloud-bricks.net/fotos/850033/file/desktop/eduardoleitepsdb.jpg?1694560207)
Foto:PSDB nacional (divulgação)
Governador Eduardo Leite é o presidente nacional do PSDB. Decisão judicial, segundo a direção, não atingiria mandato de Leite e, portanto, não implicaria em seu afastamento
O governador Eduardo Leite (PSDB) não vive seus melhores dias como político e gestor. Primeiro, o tucano enfrentou críticas pelo fato de não ter dado, talvez, a devida atenção aos alertas emitidos por institutos de meteorologias sobre o volume de chuva na Região da Serra e no Vale do Taquari, onde ocorreu a maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul. E, em segundo, pela demora no socorro às vítimas.
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"Os modelos matemáticos previram as chuvas, em intensidade, mas não previram o volume de cerca de 300 milímetros nas diversas bacias hidrográficas da zona Norte do estado, da Região Noroeste, da Região Serrana, do Vale do Taquari", afirmou o governador à Globonews, na semana passada. Por conta dessa declaração, Leite acabou se desgastando ainda mais, uma vez que foi contestado por institutos de meteorologia publicamente.
Agora, o governador depara com um problema no seu partido, o PSDB, do qual é o presidente nacional. Decisão da juíza Thais Araújo Correia, da 13ª Vara Cível da Justiça de Brasília, anulou, na segunda-feira, o ato que permitiu Leite assumir o comando nacional do PSDB, em fevereiro deste ano, e determinou realização de convenção em 30 dias. Jornais e principais portais do país divulgaram que Leite teria de afastar imediatamente da presidência. A decisão da magistrada é uma resposta ao pedido movido pelo prefeito tucano de São Bernardo do Campo (SP), Orlando Morando, sob o argumento de que a prorrogação seria um ato irregular.
Ontem, a direção nacional do PSDB divulgou nota negando que a decisão determine o afastamento imediato de Leite da presidência nacional e dos demais membros. "Em primeiro lugar: não houve afastamento da atual executiva nem do presidente. Essa informação falsa é facilmente desmentida com a simples leitura da decisão judicial. A sentença de primeiro grau não produz efeitos imediatos na atual composição partidária e não interrompe o processo de fortalecimento do partido legitimado pela ampla maioria do conjunto partidário contando com a participação integral de ex-presidentes nacionais, governadores, deputados, senadores, prefeitos, vereadores e a legítima militância tucana", diz um trecho da nota.
Juiz é convidado por partidos para concorrer em 2024
A decisão, conforme o documento, limita-se "à interpretação referente à segunda prorrogação do mandato da executiva nacional aprovada em fevereiro de 2022 (antes, inclusive, da composição da atual executiva)". A nota esclarece, ainda, que a direção, liderada pelo governador gaúcho, assumiu, no começo de fevereiro de 2023, após a renúncia coletiva da diretoria anterior, comandada pelo ex-deputado Bruno Araújo. Sobre a prorrogação do mandato de Leite, que venceria em 30 de maio, teria ocorrido por não haver tempo hábil para a realização de convenções municipal, estadual e nacional, calendário já em andamento com as eleições tucanas no Estado, em outubro, e nacional, em novembro.
Independentemente de afastamento, o governador Eduardo Leite enfrenta um revés enquanto principal dirigente nacional com uma decisão judicial a ser cumprida, que foi provocada por filiado do partido, externando o racha no PSDB, que já vem desde a disputa interna entre Leite e o então governador de São Paulo, João Doria – que nem está mais no partido – pela candidatura a presidente. O gaúcho, que pretende concorrer ao Planalto em 2026, assumiu justamente para reconstruir o PSDB, mas parece que encontra dificuldades no objetivo.