opinião

Santa Maria irá querer um salvador ou um afundador da pátria?

Mais um pleito municipal se avizinha e, com ele, a necessidade, mais do que nunca, de um diálogo franco e desprovido de roupagens publicitárias e panfletárias acerca da Santa Maria que nos aguarda a partir de 2021. Ou seja, um município praticamente inviabilizado financeiramente em decorrência da pandemia e, por isso, a obrigação de termos um prefeito que seja, acima de tudo, gestor. E que não queira jogar para a torcida como se estivesse ainda em ano eleitoral.  

Estamos em um ano que, para muitos, sequer foi vivido e tantos outros (os que ainda vivem) foram acometidos por outro efeito nefasto da pandemia: o vírus do flagelo social, proveniente de um caos econômico com a perda de emprego e renda.

O ILUMINADO
Ao longo de toda a história política do Brasil, é possível observar um padrão: a crença (seja católica, evangélica...) na necessidade de termos um clarividente, um iluminado que resolva todos os nossos problemas. Neste triste imaginário do brasileiro, do mais letrado ao chão de fábrica, alçamos ao poder alguns "pais dos pobres". 

CAMINHO
Vamos dar chance a candidatos que queiram replicar os erros do passado? Para que um candidato populista e demagogo surja, nesta eleição municipal, basta uma simples e perigosa equação a ser seguida: uso da palavra (retórica contundente e agressiva), apoio popular, uma ajudinha dos intelectuais da academia (os letrados com pós doc) e, não menos importante, um pouco de carisma. Está criado, assim, um potencial salvador da pátria.

Em breve veremos, ou não, como Santa Maria atravessará a pandemia. Será pelas mãos de alguém lúcido e ciente da realidade ou de alguém descolado da realidade e que comprometa as finanças do município? 

IMAGEM
Espero, de verdade, que o eleitor santa-mariense não busque, neste pleito, a figura de alguém bom em demasia, um abnegado. Uma espécie de ungido forjado em meio ao epicentro da pandemia. Precisamos de um gestor, de alguém sério, que saiba da existência de limites e que, desde agora, não prometa o paraíso na Terra.

Não façamos do nosso município um laboratório de políticas de cunho estritamente eleitoreiro, a exemplo do resto da América Latina. O saldo de governos populistas são, invariavelmente, retrocessos tecnológico-industrial e alarmantes níveis de pobreza. A exemplo de um câncer, ele pode ser dos mais variados tipos, mas o efeito é um só: devastador. 

RECEITA
Haverá dinheiro para as promessas de campanha que surgirão? Óbvio que não. Mas basta dizer que há "vontade política", que tudo será resolvido. Simples!  

MENTE BRILHANTE
Acontece que a solução ou, ao menos, os caminhos para que Santa Maria passe por este terrível e delicado momento não está guardada dentro de uma mente brilhante. As soluções viáveis, bem como a necessidade de firmarmos parcerias, estão dispersas na sociedade. Ou seja, a construção de um caminho ou de uma "agenda positiva", como gostam de falar, está na soma de esforços. E isso observa o binômio conhecimento atrelado à prática.

Não precisamos de retóricos no comando do Executivo, tampouco apenas pessoas com conhecimento empírico ou "da universidade da vida". Precisamos dosar essa equação. O desafio, não é só dos candidatos, é de todos nós.

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