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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Obras da Travessia Urbana começaram em dezembro de 2014
A 13 dias do fim do ano, o 2019 se despede sem ter um desfecho em torno da conclusão da obra da Travessia Urbana. Iniciada em dezembro de 2014, a duplicação de trechos das BRs 158 e 287 deveria, conforme o cronograma inicial, ter sido entregue ainda em 2017, mas completou agora cinco anos. Acontece que, nesse período, os serviços foram acometidos por uma série de fatores que forçaram o calendário a ser estendido. Nesses cinco anos, a obra que pode ser vista ao longo de 14,5 km contabilizou sucessivos atrasos de recursos por parte do governo federal.
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A consequência disso foi a necessidade de manter as principais frentes de trabalho com um ritmo bem menor do que o esperado. Mas o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) conseguiu evitar a paralisação. Agora, a projeção dada pelo próprio departamento é que o 2020 seja, de fato, o marco final de uma obra milionária e que imprimirá uma outra dinâmica (mais ágil) à complicada mobilidade urbana de Santa Maria, que é cortada por rodovias que, de longa data, careciam de trechos duplicados para dar fluidez ao trânsito. A pedido da reportagem, o Dnit sinalizou que a expectativa é concluir a obra até o final do próximo ano. Até o momento, a obra - que gera mais de uma centena de postos de trabalho diretos - está com 80% dos serviços executados. Isso não contabiliza o que foi feito em dezembro, o que elevará o índice para 82%.
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Além disso, 2019 se encerra sem se ter a liberação de, ao menos, dois trechos importantes que representariam em um ganho à trafegabilidade: um dos viadutos do Trevo da Uglione e o de acesso à Tancredo Neves.
ATÉ AGORA
Com o dobro do tempo previsto para ser entregue, a construção da Travessia Urbana contabiliza, até o momento, segundo o próprio Dnit, cerca de 80% das obras executadas. Com um orçamento inicial de R$ 309 milhões, a duplicação já recebeu um montante de R$ 247 milhões (valor que considera os lotes 1 e 2), o que representa 79,9% do total. Com a aprovação do Orçamento da União para 2020 pelo Congresso, na noite de terça, há uma expectativa de que a obra receba um aporte de R$ 60 milhões para a conclusão de toda a duplicação.
TREVO DA UGLIONE
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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Obras de pelo menos um dos viadutos deveria ficar pronto neste mês
A reportagem percorreu toda a extensão da duplicação. E a reclamação que prepondera, entre motoristas e usuários, é quanto à não conclusão do trecho da Uglione, que estava previsto para estar com um dos dois viadutos no sentido Duque-Urlândia e vice-versa já liberado neste mês.
- É obra, e a gente sabe que é assim mesmo. Mas acho que está demorando muito. Poderiam ter concentrado os trabalhos aqui nesse trecho e, de repente, ter deixado outras partes (da duplicação) para depois - avalia o serviços gerais Érton Schualer, morador do Bairro Urlândia, que passa de motocicleta, ao menos, duas vezes por dia no local.
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E a impressão de Schualer procede. Os trabalhos no trecho que ele cita, no Trevo da Uglione, se iniciaram ainda no fim de 2018 e a expectativa era que, agora (nesse mês), ao menos um dos viadutos estivesse pronto. A reportagem passou pelo local, nessa semana, e conversou também com os trabalhadores que executam os serviços naquele trecho. Naquele ponto está sendo feita a escavação da pista antiga e estão sendo colocados os pilares do novo viaduto. O trânsito, contudo, apenas não está mais complicado por que há quase um ano foi viabilizado um desvio lateral (ao lado da pista existente), o que não levou a uma interrupção total do trânsito. Ao fim das obras no trecho da Uglione, o viaduto contará com três níveis que, basicamente, irá separar o trânsito urbano do fluxo de quem utiliza a rodovia, tanto para região Sul do Estado quanto para a Fronteira Oeste.
- Esse viaduto aqui, depois que estiver concluído, vai permitir que essas carretas que seguem lá para o porto de Rio Grande não parem mais aqui (no trevo) e toquem direto - resume um dos trabalhadores que, ontem, atuava ali no trecho.
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Sobre o Trevo da Uglione, o Dnit informou que um dos viadutos, que fica no acesso à BR-392, "está na fase final faltando apenas a construção dos muros de contenção e a pavimentação das rampas de acesso e sinalização". Com isso, "o Dnit trabalha com a possibilidade de liberar o trânsito de veículos, no sentido Uglione-Urlândia nos primeiros meses de 2020". Já "as demais frentes, trincheira e viaduto, serão executadas na sequência e de modo planejado, uma vez que as obras estão inseridas no ambiente urbano e dessa forma existe a necessidade de avançar com segurança e gerando o menor impacto possível no cotidiano da cidade".
A trincheira será um trecho de quatro pistas, abaixo do nível do solo, que permitirá o trânsito no sentido Júlio de Castilhos-São Sepé e vice-versa.
DESAPROPRIAÇÕES
A retirada de casas é um dos pontos fundamentais para a continuidade das obras. Ainda em outubro de 2018, o Dnit deu início, com a mediação da Justiça Federal, às audiências de conciliação com os donos de imóveis e de lotes de terras que estão ou terão de ser desapropriadas. Num desses pontos, perto da Faixa de Rosário, a dona de uma pequena área que está na rota da Travessia se queixou:
- A gente, eu e outros daqui da região, já foi chamada para essas audiências. Mas é complicado. Não sei o que será de nós, mas já nos disseram que vão nos pagar o que é de direito.
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O Dnit diz "que já foram feitas 35 audiências de conciliação e todas finalizaram com acordo entre as partes". As últimas se deram nos dias 9, 10 e 11 deste mês. De acordo com o próprio Dnit, "20 imóveis ainda serão atingidos pela obra, e as famílias serão realocadas".
O QUE JÁ FOI CONCLUÍDO
- Viaduto do Castelinho
- Passarela da Vila Floresta (perto do Cerrito)
- Viaduto do Cerrito*
- 2º viaduto da Rodoviária (com Faixa Nova)
- Viaduto da Duque (perto da Fiat)
- Viaduto do Patronato (perto do Praça Nova)
- 2ª ponte do Arroio Cadena
- Viaduto da Walter Jobim (com Faixa de Rosário)
- 2ª ponte do Arroio Ferreira
- 2ª ponte do Arroio Taquara
ANDAMENTO DAS OBRAS
- Trevo da Uglione - 62%
- Passarela da São João - 53%
- Passagem inferior da Rua Vasco da Cunha - 44%
- Viaduto da Santa Marta - 70%
- Passarela do Parque Pinheiro - 83%
- Viaduto do Bairro Tancredo Neves - 95%
O QUE NÃO FOI INICIADO
- Passagem inferior da Urlândia
