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O desafio do PT em ser competitivo sem Valdeci Oliveira para a prefeitura

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A corrida eleitoral à prefeitura de Santa Maria segue sendo o tema prioritário da política local. Ainda que a pandemia tenha imprimido um novo ritmo ao fazer política, com reuniões remotas e virtuais, os dirigentes partidários e presidentes de siglas seguem alinhando estratégias, avaliando cenários e, principalmente, mantendo conversas em busca de apoio - venha ele do lado que for.

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O Partido dos Trabalhadores (PT), que por pouco não levou a eleição de 2016, também segue o curso próprio e quer, desta vez, mostrar que não perdeu competitividade nem espaço junto ao eleitorado local. Na primeira disputa, em segundo turno da história de Santa Maria, o então candidato Valdeci Oliveira (PT) quase ganhou a eleição. Ele perdeu por uma diferença de apenas 226 votos - sendo o pleito mais disputado do país.

Embora estivesse num cenário de total adversidade - com o antipetismo no ápice, há quatro anos -, o PT mostra que é, em Santa Maria, um partido representativo e forte. Com o maior número de filiados na cidade, os petistas não podem ser menosprezados nem subestimados à corrida eleitoral. O desafio deles é se fazerem expressivos e, mais, competitivos.

Sem o maior nome da sigla na cidade, o deputado Valdeci Oliveira, o PT precisa ajustar a engrenagem. Em parte, é mudar o próprio discurso e, quem sabe, num desprendimento quase inimaginável, afastar-se da sombra do lulopetismo para conquistar novos eleitores, se quiser levar o pleito. Sem Valdeci na disputa deste ano, a tarefa (quase que hercúlea) é do vereador Luciano Guerra (de azul, ao lado de Valdeci) em fazer frente ao desafio de alçar a sigla a mais um segundo turno.

Obviamente que comparativos não cabem, seja na circunstância que for, mas Valdeci é um nome com brilho próprio. Ele consegue descolar do próprio partido e fazer com que não petistas votem nele. Façanha, aliás, só dele. Porém, ainda que com o apoio na casamata de Valdeci e do próprio deputado federal Paulo Pimenta, o PT precisa mostrar que tem um projeto para toda Santa Maria, e não, de forma segmentada. Historicamente, o partido tem propensão de sinalizar que governará apenas aos desassistidos - nenhum demérito nisso. Mas um município é feito por vários segmentos. Terá, então, o PT capacidade de se reinventar e de se livrar de antigos dogmas de outrora? 

HISTÓRICO
Nos últimos pleitos, o PT tem sempre, em média, conquistado 30% dos votos, algo que tem se mantido mesmo quando o antipetismo dava o tom da fala dos adversários. Porém, ainda que não se possa prever o que e quem irá para o segundo turno da eleição de Santa Maria, o PT nunca ganhou do Progressistas. Basta lembrar que, na primeira eleição de Cezar Schirmer (MDB), em 2008, o PP de José Haidar Farret foi quem deu a vitória ao emedebista. O que, em 2016, se repetiu quando Sergio Cechin do Progressistas assegurou a vitória de Pozzobom.

Agora, o PT esboça um namoro (alguns dizem já ser um noivado) com o PSD do vereador Marion Mortari (que tende a compor com Luciano Guerra). Assim, os petistas buscarão desbravar um nicho que nunca foi deles: o do campo. Vale dizer que a zona rural terá ainda, nesta eleição, a candidatura de Sergio Cechin (Progressistas), que é um nome forte e um exímio conhecedor das demandas do eleitor do interior.

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