À medida que se aproxima o calendário eleitoral, com a realização das convenções partidárias (de 31 de agosto a 16 de setembro), as siglas vão imprimindo uma celeridade mais que necessária: a de apresentar à sociedade quem são as apostas na corrida eleitoral. A expectativa quanto aos rumos da Frente Trabalhista, encabeçada pelos representativos e fortes PDT e PSB, era por saber quem, afinal, seria o cabeça da chapa?
Rumores de uma falta de coesão e, até mesmo, possibilidade de dissolução da chapa foram semeados neste período. Até que, no último fim de semana, as lideranças partidárias selaram o fim de um longo mistério envolvendo Marcelo Bisogno (PDT) e Fabiano Pereira (PSB).
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Ao lado do PCdoB, PV, Rede, Marcelo Bisogno foi elevado à condição de número 1 na pré-candidatura que, será referendada, na próxima semana, após convenção partidária. Bisogno afirma que ele e Fabiano Pereira estão "alinhados" e são "entendedores" que Santa Maria precisa de uma mudança significativa nos rumos da municipalidade.
O pedetista, que ontem fez 46 anos, um a menos que o colega de chapa, sustenta que os dois são a representação da nova política e que merecem a chance de governar a cidade.
- O Fabiano e eu representamos uma nova geração de políticos. Tenho certeza que vamos chegar com competitividade e, certamente, estaremos no segundo turno. Não temos nada contra ninguém ou contra o candidato que seja. Porém, somos entendedores que podemos fazer o que outros, no passado, não fizeram por Santa Maria - projeta.
Eles aguardam ainda a chegada do PROS, que poder aderir ao bloco trabalhista/socialista.
O pedetista, que foi o vereador mais votado da história de Santa Maria, com 8,7 mil votos, quer imprimir um novo feito: o de sagrar-se vitorioso na disputa de novembro. Ele sabe que, para isso, terá de mostrar-se mais competitivo que, em 2016, quando concorreu ao Executivo municipal e, à época, fez 12,5 mil votos (ficando em quinto lugar).
_ Nossa coligação não é um projeto de poder. Podemos chegar à prefeitura. Tanto eu quanto o Fabiano passamos pela administração municipal como secretários. Eu, na Mobilidade Urbana (na gestão Schirmer, MDB), e, o Fabiano, na Saúde (no governo Valdeci, PT).
"Não serei um vice decorativo"
Fabiano Pereira acumula no currículo uma vasta passagem pelo poder público. Ao ter já ocupado cargo de secretário em dois governos - o de Tarso Genro (PT) e o de José Ivo Sartori (MDB) -, o socialista acredita que a marca de uma eventual gestão deles será a da gestão.
- O Marcelo e eu nos completamos. Eu tenho conhecimento de gestão, e o Marcelo é um incansável pelo melhor por Santa Maria. Temos muito a contribuir com a cidade. É só a população nos dar uma chance - diz o político.
GESTÃO PLENA DA SAÚDE
Fabiano Pereira, que já foi secretário de saúde em Santa Maria por pouco mais de um ano no governo Valdeci (PT), sustenta que está em tempo de o município "romper com certos atrasos". Segundo ele, o desafio, em uma eventual gestão, está em "cuidar devidamente e de forma séria da saúde".
Os caminhos para isso, sublinha, passam pelo fato de Santa Maria conquistar a chamada gestão plena. Ou seja, o poder público local teria sob o seu comando a gestão das assistências hospitalar e ambulatorial da cidade.
- Não podemos admitir que Santa Maria esteja ainda limitada e presa à atenção básica. Vamos, se nos for dada a chance, buscar e, mais, implementar a gestão plena. Isso é obrigação de quem quer ou se diz gestor - diz Fabiano Pereira.
O político acredita que a saúde pode ser o vetor de desenvolvimento econômico do município.
- Hoje, por exemplo, o Hospital Regional tem 250 colaboradores. Se tivesse a pleno funcionamento, seriam mais de 1 mil. Ou seja, é emprego e renda que ficam aqui. Santa Maria já foi e deve voltar a ser um polo de saúde.