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Viagem de vereador é improdutivo e caro ao contribuinte

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Charles Guerra (Arquivo Diário)

A foto, geralmente, é a mesma: um amontoado de vereadores ao lado de um deputado federal e a "garantia" de que emendas parlamentares serão destinadas à cidade. O saldo que parece de eficiência, nada mais é, na verdade, do que um gasto injustificado aos cofres públicos. Dessa maneira, os registros de vereadores em Brasília são disparados em redes sociais e em grupos de troca de mensagens. Tudo é, claro, observando a manutenção do próprio mandato em uma eleição que se anuncia. 

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A ida de um vereador - seja à capital federal ou a Porto Alegre - é ineficaz, improdutivo e caro ao contribuinte. Nessa história, só há um lado que ganha: o ordenado do nobre parlamentar.

Não é papel de vereador - independentemente do partido - ir bater de porta em porta em ministérios ou fazer uma via-crúcis por Brasília em busca de emenda parlamentar. Não é essa a prerrogativa de um legislador local. Até porque, para isso, Santa Maria tem em Brasília seus deputados federais eleitos e que estão lá para pleitear verbas junto ao orçamento da União para o município. Sem dizer que, ao contrário dos vereadores, os deputados federais têm mais estofo (leia-se: "peso político") e condições de barganhar recursos junto ao Congresso.

Além do que, os deputados federais ainda contam em Santa Maria - e, inclusive, na região - com escritórios para ouvir as demandas da população. Sem dizer que os deputados ainda recebem verba indenizatória para percorrer todo o Estado e escutar os pleitos locais. Ou seja, não há nada mais desconexo, sem propósito e inócuo do que um vereador em Brasília. 

E em épocas de cofres raspados, a Câmara de Vereadores de Santa Maria apenas neste ano, conforme adiantou a colega Jaqueline Silveira, teve de tirar R$ 70 mil de recursos de outras rubricas do orçamento para bancar gastos com diárias, passagens e locomoção.

Vereador deve ter uma única preocupação: verificar os problemas de Santa Maria e, mais importante, fiscalizar o prefeito. Se não faz isso, que é o básico, é porque não sabe a prerrogativa número um de estar na vereança. Aí, então, se a preocupação é estar em Brasília pousando para foto, ao lado do deputado do mesmo partido, o saldo disso é, invariavelmente, um salário mais generoso ao fim do mês. E tudo bancado por todos nós, os contribuintes. 

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