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Vereador eleva o tom e cobra explicações do secretário de Saúde

O vereador Tubias Calil (MDB) iniciou uma incursão que ele chama de "despolitização da Covid-19 e em defesa da vida". O emedebista foi, ontem, em dois postos de saúde de Santa Maria para verificar se há a existência dos fármacos para o tratamento precoce contra a pandemia. A combinação, segundo a orientação médica, observa a prescrição dos seguintes medicamentos: hidroxicloroquina, ivermectina, bromexina, azitromicina, nitazoxanida, zinco, vitamina D e anti-coagulantes, além de corticóides.

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Ainda no começo de março, Tubias Calil apresentou um Projeto de Lei (PL) que trata da disponibilidade gratuita de kits de medicamentos para o tratamento precoce contra a Covid-19 por meio do SUS. A ideia do vereador é que, enquanto perdurar esse momento pandêmico, o Executivo municipal dê essa retaguarda. Acontece que, agora, segundo o vereador, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) tem agido de forma ideológica ao desconhecer "uma vontade expressiva da população que quer, sim, ser tratada" com esses medicamentos:

- O prefeito Jorge Pozzobom foi eleito para governar para todos os santa-marienses. Ele não pode simplesmente ignorar a vontade de um segmento. Se há uma relação entre paciente e médico, que ampara a prescrição em casos de Covid onde há chance de emprego dos medicamentos, porque não usá-los? O Executivo municipal mesmo disse, em ampla divulgação em rede social, que esses fármacos existem. Então, se isso é verdade, por qual motivo eles não estão nos postos de saúde onde há farmácia?

CONVOCAÇÃO
Tubias adiantou que irá coletar a assinatura dos colegas de Legislativo para fazer com que o secretário de Saúde, Guilherme Ribas, seja convocado a prestar esclarecimentos aos vereadores. O político, que é advogado, diz que irá pedir respostas para duas demandas.

A primeira, é quanto à falta do kit-Covid em algumas farmácias de postos de saúde, e, por fim, sobre o funcionamento do Centro de Referência Municipal da Covid-19, que fica no Bairro Nossa Senhora de Lourdes. Sobre o centro, Tubias diz ter relatos de que o local teria "aglomerações e o telefone de atendimento não funcionaria".

Ele ainda aguarda que o prefeito Pozzobom sancione o PL do kit-Covid aprovado neste mês pelo Parlamento. Tubias cobra o motivo de "tanta demora" para a entrega dos testes de quem busca saber se contraiu ou não o coronavírus.

- Não houve, até hoje, uma testagem em massa da população. Sem dizer que é incompreensível que uma pessoa tenha de aguardar até cinco dias para saber se está "positivada" ou não. Sendo que, na rede privada, o resultado sai em 15min ou, no máximo, 1 hora.

ALIÁS...
É importante reconhecer que o secretário de Saúde, Guilherme Ribas, tem sido, desde o momento inicial, um técnico frente à pasta. Entre acertos e erros, como é próprio do momento da pandemia, nunca pecou pela omissão. Bem pelo contrário. Ao fugir de respostas "tecnicistas" ou "falas genéricas", sempre buscou pautar a condução da secretaria em meio à pandemia com transparência e, principalmente, objetividade.

A ida dele à Câmara certamente será agregadora para que os vereadores saibam que o trabalho da principal secretaria de Santa Maria é feito à luz da responsabilidade. Igualmente justo, e é preciso ser dito, que o centro foi responsável, em um ano, pela realização de quase 20 mil testes RT-PCR e 6,7 mil testes rápidos.

RESPOSTA
A prefeitura de Santa Maria encaminhou uma nota de esclarecimento à coluna sobre o vídeo postado pelo vereador Tubias Calil nas redes sociais.
"A Secretaria de Saúde explica novamente ao vereador Tubias Calil o funcionamento do Centro de Referência Municipal da Covid-19. Todas as pessoas que se dirigem ao Centro são atendidas, mediante agendamento ou não. Das 17h30min às 18h30min, são atendidos usuários encaminhados da UPA para fazerem o teste. Por isso, no horário em que o político esteve no local, os usuários que ali se encontravam não estavam agendados, mas foram acolhidos. Os resultados dos testes PCRs feitos no local levam até 72 horas para ficarem prontos.

Na última semana, o que aconteceu foi uma atualização no sistema do Ministério da Saúde, que causou demora no resultado dos testes de todo o país. Porém, não ultrapassou mais do que quatro dias. Também, no Centro de Referência, são feitos testes PCR, que identificam se o vírus está ativo ou não, e não os testes rápidos e, por isso, não se faz necessária uma "testagem em massa" da população.

Todas as explicações foram dadas ao vereador pela secretária-adjunta de Saúde, Ana Paula Seerig, na última segunda-feira, quando o político esteve no Centro de Referência. Agora, a prefeitura repassa para a população as informações corretas."

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