Foto: Renan Mattos (Diário)
As redes sociais, mais uma vez, estremeceram com um tuíte do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que, tanto no período eleitoral quanto ao assumir o posto máximo do país, tem feito dessa ferramenta o seu canhão para tomada de decisões e de manifestações polêmicas. Na mais recente delas, nesta manhã, Bolsonaro defendeu que o Ministério da Educação (MEC) faça a realocação de recursos de faculdades de ciências humanas para cursos de engenharias e de Medicina e também Medicina Veterinária.
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No tuíte, o presidente escreveu que "o objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina".
Já em outra postagem, logo na sequência, Bolsonaro finalizou ao dizer que "a função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta".
O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas). Alunos já matriculados não serão afetados. O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina.
- Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 26 de abril de 2019
Sobre as declarações, o reitor da UFSM, o professor Paulo Burmann, avaliou que a declaração lhe causa espanto e, igualmente, preocupação:
_ Não o sigo nem o cuido nas redes sociais. Mas ainda que não seja uma manifestação oficial ou, até mesmo, um decreto, é, sim, algo que preocupa e nos espanta. Mas quero crer que seja uma manifestação que se limite à rede social.
Mesmo assim, Burmann diz que, o ano de 2019, dá indicativos de que será um dos mais difíceis da história recente da instituição:
_ Já estamos, nos últimos anos, convivendo com um orçamento extremamente reduzido. E a tendência é que 2019 seja igual ou ainda pior. Não se trata de alarmismo ou de vitimização, mas dos fatos colocados. A realidade das universidades é cada vez mais preocupante.
Ainda que o governo federal tenha editado, recentemente, três decretos que irão impactar diretamente as universidades, Burmann espera que as obras já iniciadas - no campus principal e demais campi - sejam finalizadas. Segundo ele, há uma sinalização do MEC de liberação de verbas para aquelas obras que estejam com, pelo menos, 80% dos serviços executados. Atualmente, a UFSM contabiliza 30 obras.
Na última terça-feira, Burmann esteve em Brasília e reuniu-se com o vice-presidente Hamilton Mourão e convidou para a inauguração do campus de Cachoeira do Sul e também de outras obras dos demais campi:
_ Foi um encontro muito tranquilo. O vice-presidente, até por sua ligação com Santa Maria, se mostrou extremamente solícito e sinalizou que pode vir.