marcelo martins

O grande teste do prefeito Pozzobom para validar a transparência tão apregoada

Seguramente dá para dizer que a cada 10 palavras ditas pelo prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), e pela equipe dele, 11 delas são uma só: transparência. Desde que assumiu pela primeira vez, ainda em 2017, o advogado com formação pela UFSM, com passagem pelos Legislativos municipal e estadual, entoou como um mantra a palavra preferida por qualquer político que queira ser visto como um gestor.

Governo Pozzobom terá criação de novas secretarias

E, de fato, Pozzobom, que sempre ambicionou ser chefe do Executivo municipal, pautou os atos da gestão dele com publicização e com ferramentas de acesso à informação - basta ver o Portal da Transparência, avaliado com nota máxima pelos órgãos reguladores externos.

Acontece que, paradoxalmente, nos últimos quatro anos, imperou uma espécie de lei do silêncio dentro da comunicação institucional da prefeitura. Ou seja, os séquitos do governo apenas poderiam falar com a prévia anuência da Superintendência de Comunicação da administração municipal. O regramento, até hoje, é defendido com um argumento: o de que a informação do poder público chegue com qualidade e de forma fidedigna à população.

Sem a unção do setor, secretário algum falava. Ou, pior, até poderia dizer algo, mas seria emparedado. Um paredón tucano é difícil de se imaginar, mas, sim, ele existiu (e ainda resiste, por enquanto).

Assim, a palavra oficial do governo ficava, basicamente, centralizada no prefeito Pozzobom e no chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez, que sempre teve amplos poderes dentro da máquina e dos rumos da municipalidade. Acima até do então vice-prefeito Sergio Cechin (PP).

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NOVOS TEMPOS
O segundo mandato, iniciado no mês passado, traz, contudo, uma novidade: a criação da Secretaria de Comunicação. O que, por si só, é um ganho à sociedade. Santa Maria, o quinto maior município do Estado, não tem uma secretaria voltada à comunicação constituída desde 2008, quando se encerrou a gestão do então prefeito Valdeci Oliveira (PT). Depois, na gestão de Cezar Schirmer (MDB), a pasta foi extinta, e a função foi abarcada por meio de uma superintendência.

Com um corpo técnico de profissionais da área, com experiência em assessorias (de imprensa e política) e de redação, a pasta deve contar com dois nomes gabaritados: os dos jornalistas Ramiro Guimarães e Thaise Moreira. A nova secretaria terá como missão prioritária dar maior autonomia ao secretariado. De forma prática: que eles (secretários) possam atender ao telefone e responder aos questionamentos da imprensa sem necessidade de tutorial ou de um guia.

O papel da imprensa é esse: o de questionar à exaustão e, principalmente, o de ser um tradutor dos fatos de relevância à sociedade. O jornalista de redação não pode ficar refém e preso apenas à versão oficial, sem nem, ao menos, poder ouvir e ter acesso direto a um integrante do governo.

O fato é que, com a criação da nova secretaria, e com os profissionais que nela estão, a administração Jorge Pozzobom (PSDB) deve atingir níveis de transparência e acesso à informação como nenhum outro governo já teve na história recente de Santa Maria. É aguardar, mas não muito, para ver.

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