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Nem tudo parece perdido na mobilidade urbana de Santa Maria

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)


Plano Diretor de Mobilidade Urbana foi, sem dúvida alguma, um legado importante deixado pela gestão Schirmer (MDB). O documento, que se desdobra em vários anexos e detalhamentos referentes às formas de deslocamento dos santa-marienses, é uma bússola importante e um norteador para que Santa Maria pense, a médio, curto e longo prazos, formas e soluções de se reinventar em termos de mobilidade. Evitar um colapso do sistema viário da cidade é tarefa de todo e qualquer gestor que sentar na cadeira de prefeito. E, ao contrário de muitos municípios brasileiros, Santa Maria tem o seu próprio. Então é importante que o poder público o implemente (ainda que aos poucos). O resumo de tudo é que o Plano Diretor de Mobilidade Urbana hierarquizou, da seguinte forma, as linhas de atuação: pedestres, bicicletas, transporte coletivo, veículo privado e, por fim, carga/descarga.

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A prefeitura neste ano tentou, a exemplo do que prevê o plano, implementar uma importante mudança no sistema viário da cidade, na Rua Dr. Bozano. Ali, a ideia era que a segunda quadra tivesse o fim dos estacionamentos e, por tabela, fosse priorizado o pedestre. Uma situação que já é realidade nos grandes centros urbanos que pensam no futuro com ações concretas no presente. Acontece que o estardalhaço das redes sociais somado ao provincianismo de segmentos prejudicados prevaleceram e a gestão Pozzobom (PSDB) acabou, quando não devia, cedendo. 

Mas nem tudo está perdido. O Executivo municipal acenou, recentemente, de forma concreta e colocará na rua, neste mês ainda, a largada do processo licitatório do transporte coletivo, uma questão que se arrastava há anos e, inclusive, fora alvo de apontamento do TCE. Ao que tudo indica, se terá um processo moderno e amparado no plano diretor de mobilidade. Além disso, o poder público também trabalha para implementar o controle do tempo semafórico das principais vias ao observar fluxo de trânsito. Um ganho ao ir e vir de forma mais célere ao motorista.

Neste fim de semana, ao abordarmos em matéria ampliada os desafios de se avançar em modais como ciclovia e ciclofaixa, o saldo que ficou, ao falar com especialistas, é que Santa Maria se mostra no caminho certo. Agora, resta saber se, de fato, o município irá mesmo percorrer esse trajeto e como o fará. Ao menos, as pastas que têm como premissa observar a implementação do plano estão dotadas de quadros qualificados. O Instituto do Planejamento e a Secretaria de Mobilidade Urbana contam com profissionais que acompanharam desde a concepção do plano e entendem a engrenagem desse complexo processo.

E no que depender deles, o Plano Diretor de Mobilidade Urbana é um processo sem volta e inadiável. E haverá o dia em que o centro da cidade será de estreitamento de ruas, fim dos estacionamentos e alargamento das calçadas. Ou seja, o centro voltado para os pedestres e com um sistema integrado de redes de ciclovias e de ciclofaixas. Tudo, aliás, muito diferente do que se tem hoje: ciclovias que vão do nada a lugar algum; transporte coletivo nada atrativo; carros empilhados em vias deficitárias; estacionamentos que tiram espaço para uma circulação de pedestres e de bicicletas.


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