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A bandeira que une todos, mas que nem todos estão habilitados a tratar

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Politicamente a inclusão da região de Santa Maria como bandeira vermelha junto ao modelo de Distanciamento Controlado, método criado pela gestão Eduardo Leite (PSDB), só prejudica um candidato: Jorge Pozzobom (PSDB), que buscará a reeleição. No máximo, isso respinga na também candidatura governista de Sergio Cechin (Progressistas), atual vice-prefeito, que tenta o protagonismo a partir de 2021.  

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Ou seja, os demais nomes que se projetam ao pleito desfrutam de uma posição cômoda e, não raro, de hipocrisia. Há coisas que são pensadas, mas que raramente são ditas. Uma delas é que a pandemia para aquele demagogo é um prato cheio. Os temas que derivam da Covid-19 conferem ao político, que faz a má política, uma aura de salvador da pátria, de vendedor de sonhos e de fazer realidades impossíveis se concretizarem. É como aquele caso típico de quem promete renda e dinheiro fácil sem o mínimo esforço.

EFEITOS
A pandemia causou dois efeitos imediatos nesta corrida eleitoral. O primeiro é que Pozzobom cresceu. Ao não se esconder dentro do gabinete ou em justificativas infundadas, o tucano colocou-se, como o faz até o momento, na linha de frente das decisões.  

Preparou o terreno para a chegada do mal do século e, assim, conseguiu retardar as mortes. Acontece que, agora, a pandemia deu as caras no quinto maior município do Estado: estamos prestes a chegar à marca de 50 mortes. E o número, inevitavelmente, só tende a aumentar. Tudo previsível, como as autoridades de saúde já alertavam. Pozzobom largou na frente, ainda que isso não fosse suficiente para evitar o inevitável: as internações e as mortes.

O segundo efeito imediato da bandeira e da situação de Santa Maria recai justamente no cenário econômico. A pandemia trouxe consigo um flagelo social e financeiro que afeta os setores produtivos e os mais variados segmentos da nossa economia. O que será revertido com a retomada gradual (e contínua) e esforços coletivos de todos.

PRESENTE E FUTURO
As discussões em torno da campanha eleitoral dos candidatos - sejam eles do espectro que forem - irão recair inevitavelmente em um tema só: a pandemia. Esperamos que os pré-candidatos não adotem discursos simplistas e reducionistas para tratar do assunto.

Há apenas dois nomes que podem dizer o que a pandemia representa junto ao andamento da máquina pública: Pozzobom e Cechin. Mas por não estarem mais juntos na corrida eleitoral, Pozzobom, ao natural, assume esse protagonismo. Coadjuvante nesse processo, Cechin tem o desafio de, nem que seja por osmose, replicar algumas situações e apontar caminhos para o município no pós-pandemia. Até porque ele é o vice-prefeito do município. 

Os demais candidatos não têm propriedade de dizer como e o que pode ser feito no atual momento. Por um único e simples motivo: eles não estão no governo. Agora, no que eles podem avançar e é isso o que queremos saber é como eles atuarão, se lhes for dada a chance, a partir de 1º de janeiro de 2021.

Dourar a pílula é desonestidade. Em tempos de crise e de adversidade, as soluções e os caminhos, na maioria das vezes, vieram de discursos verdadeiros e, por vezes, antipáticos. Agora, resta saber se o eleitor irá buscar o ilusionismo ou a realidade.


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