opinião

Maior risco, até aqui, à reeleição de Pozzobom passa pelo PP

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Jean Pimentel (BD/Diário)
Em 2016, chapa Pozzobom e Cechin venceu no segundo turno o candidato Valdeci Oliveira (PT) por apenas 226 votos de diferença

O PP, que agora é Progressistas, acha que pode se lançar sozinho ou com um novo parceiro à prefeitura de Santa Maria. E pode. Só que isso não é bom para o partido do vice Sergio Cechin nem para o PSDB do prefeito Jorge Pozzobom. E digo, nos próximos parágrafos, o quão prejudicial uma cisão pode ser à dupla.

Mas antes, vou falar um pouco do PP que, recentemente, fez a troca de nome (e hoje é Progressistas). Contudo, tem o mesmo efeito do PMDB que voltou a ser MDB: é inócuo. O PP santa-mariense por muito tempo viveu sob a égide do seu maior cacique: o ex-prefeito e ex-deputado José Haidar Farret que, inclusive, deixou a legenda. Uma época em que a política era feita no empenho da palavra e no fio do bigode. Coisa que hoje inexiste. 

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A impressão que passa é de um partido velho e que cheira à naftalina. Aliás, antes de ter outras denominações, foi, no passado, Arena (era o partido do governo na época da ditadura). Aqui, no sul do país, tem se mostrado um latifúndio de práticas defasadas. E, por vezes, se parece com aquele cara que viaja para o Exterior e volta achando que tudo é ruim.

O PP, para quem não lembra, é coautor daquela frase que dizia que indígenas, quilombolas e gays "não prestam". O que foi dito, lá em 2013, pelo hoje senador Luis Carlos Heinze.

Mas como em todas as siglas e, como é na vida real, há exceção. O PP local tenta, ao que parece, se descolar do governo Pozzobom (PSDB) e dá indícios de que pode ter candidatura própria. O nome é o do vice-prefeito Sergio Cechin que, por quase três décadas, foi vereador e também secretário de município.

Cechin é um daqueles casos de político do tipo bonachão, com uma memória capaz de lembrar de datas e de nomes, o que aproxima o eleitor ainda mais. Mas o principal: um cara com trânsito e sem restrição. É plural e democrático e, mais, sabe do valor de um aperto de mão. Sem dizer que conhece o funcionamento da máquina pública. Cechin vai do campo à cidade e, sem recorrer à GPS, sabe achar o eleitorado um a um e, sem exagero algum, pelo nome.

Conciliador, é ele o elo do Executivo municipal com a Câmara de Vereadores, a quem conhece com maestria. Pozzobom e Cechin, em 2016, formaram a chapa que venceria o pleito mais disputado do país contra a candidatura de Valdeci Oliveira, que é hoje o que o PT de Santa Maria tem de mais valioso. Mas que não contará com o petista, no pleito do ano que vem, adiando mais uma vez o retorno da sigla ao comando de Santa Maria.

Cechin é aquele político, a exemplo de Valdeci, que se descola do partido. Ninguém gosta do PP ou do PT (nesse caso, só a militância xiita), mas Cechin e Valdeci têm aceitação e brilho próprio. A tal da empatia. Os erros dos partidos não colam neles.

E é aí que o PP e o PSDB, juntos na separação (que se avizinha), podem dar margem para que outra candidatura que surfe na onda do bolsonarismo ou de um improvável outsider deixem Pozzobom e Cechin fora do segundo turno. Um eventual racha entre os dois, por quais sejam os motivos, só beneficiaria a oposição.

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