A carta de dom Leomar e os “critérios” para o voto

A carta de dom Leomar e os “critérios” para o voto

Foto: Beto Albert (Diário)

Desde que assumiu, em 15 de agosto de 2021, mesma data em que completava 54 anos de vida, o arcebispo de Santa Maria, Leomar Brustolin, vem mudando o dia a dia do clero católico com a cidade. É tema para nota mais alentada, por certo, mas apenas para tratar de casos mais célebres, houve mudanças na relação com a economia solidária, a Universidade Franciscana (reconhecida como católica e que o tornou chanceler), e até um feriado religioso teve a data modificada: a cidade trocou, por sugestão dele, acolhida pela Câmara, o 8 de dezembro da padroeira de Santa Maria pelo, de novo, 15 de agosto da coroação da Rainha dos Gaúchos.


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Com certeza, o prelado tem grande capacidade de persuasão. Sendo assim, não surpreende que a arquidiocese tenha tornado público na quinta-feira, 5, um documento relativo às eleições municipais. São, em síntese, recomendações aos católicos em carta, assinada pelo Arcebispo, que será lida em todas as celebrações a partir de domingo, na segunda semana de setembro.


A coluna não entra no mérito, apenas anota a mudança de comportamento da Igreja, a partir da assunção de dom Leomar. Algo que não se via desde os tempos de dom Ivo Lorscheiter, morto há 17 anos, e que marcou profundamente os católicos da cidade na segunda metade do século XX.


Ah, e quais as preocupações da Arquidiocese, que faz questão de, a linhas tantas, ao mesmo tempo em que afirma ser apartidária, “não renuncia ao seu compromisso político, que é o caminho concreto para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, na qual todos possam viver com dignidade.”


Dito isto, confira o que a carta entende serem critérios indispensáveis a serem observados na hora do voto:

1. compromisso com a promoção, a defesa e a proteção da vida de todas as pessoas, desde a concepção até a morte natural;

2. promoção da família, com posicionamentos que priorizem e defendam os seus valores;

3. valorização do Diálogo e da Paz, com discurso conciliador, capaz de escutar e defender as propostas, sem ofender os outros;

4. empenho pelo bem comum, propondo projetos e ações que visem, particularmente, os mais necessitados, sem excluir ninguém;

5. postura ética, correta e justa, sem histórico de envolvimento em casos de corrupção;

6. preocupação e cuidado com Ecologia Integral, colocando a emergência climática como prioridade.”



Ah, para fechar: a carta assinada por dom Leomar também lembra que “a propaganda eleitoral, em templos de qualquer culto, é proibida. Além disso, é vedado qualquer pedido de votos, implícito ou explícito, no ambiente das igrejas, capelas, instituições religiosas e similares.”


Então, tá!


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