marcelo martins

Há duas formas de passar por tudo isso, não escolha a pior

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Santa Maria, como não poderia ser diferente, entrou no mapa das cidades do país e do mundo com casos registrados. No último sábado, contabilizamos o primeiro caso, uma vez que o país ingressou no estágio de transmissão comunitária (quando o vírus está circulando). Por enquanto, ainda não temos nenhum óbito. Esperamos que isso não ocorra.

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Mas não se trata mais de torcer para que isso não venha a ocorrer. A situação fugiu ao controle e, logo, é provável que tenhamos alguma(s) morte(s). Não importa se somos um país preparado ou não. Frente a uma pandemia, não há economia e estrutura que chegue a tempo. E é justamente aí que cabe a todos fazermos a nossa parte: fique em casa independentemente da sua idade.

O mundo parou. O Brasil, o Rio Grande do Sul e, entenda, Santa Maria também. Não somos uma ilha. Mas podemos agir como se estivéssemos numa. Precisamos ter o entendimento que o momento é de total isolamento social. Encarceramento, alguns podem dizer. É, em parte, isso mesmo. Mas isso exige de todos a capacidade de adaptação e de resiliência. 

Até porque os casos, mundo afora, apontam que há duas possibilidades de passarmos por tudo isso. A primeira é com racionalidade e frieza, somadas ao cumprimento de todos os protocolos de higiene. A travessia exigirá, sobretudo, paciência e consciência de que estamos diante de uma guerra. A segunda, imagino, não é a melhor forma.

SEM IGUAL
O que Santa Maria tem vivido nos últimos dias - com o fechamento do comércio e de agências bancárias (com atendimento apenas em caixas eletrônicos), entre tantas outras medidas assertivas e corretas tomadas pela prefeitura - é único. 

Mas o mundo está em um momento sem precedentes. Logo, precisamos ter a lucidez e a clareza de que não se tratam de exagero ou de terrorismo os alertas e os pedidos feitos pela imprensa e por autoridades públicas e da saúde. O que se quer é evitar que tenhamos mortes em Santa Maria. 

DIAS DECISIVOS
Essa semana que se inicia tende a ser de um crescimento exponencial de casos no Brasil e por aqui também. Então que estejamos prontos para enfrentar o que está por vir e que não será pouco. Mas, como dizem os infectologistas, a combinação de adoção de protocolos de higiene e de isolamento social pode minimizar a letalidade da Covid-19. Assim, podemos evitar com que o Brasil não tenha o mesmo fim da Itália.  

É PIOR QUE SE PENSA
Àqueles que insistem em crer que "não é tudo isso", tenham em mente uma informação: são, na Itália, em média 500 mortos por dia. Corpos são colocados em contêineres e incinerados. Sequer é dado o direito mais sagrado a um familiar, que é o de enterrar aquele que se ama.

A prefeitura, com o apoio das autoridades de segurança, começou a percorrer as ruas da cidade pedindo que a população vá para casa. Nada disso seria preciso - aliás, expondo esses profissionais sem necessidade -, se o santa-mariense tivesse sensatez, empatia e respeito à vida (própria) e à dos outros. O novo coronavírus representará o fim para muitas vidas, será inevitável. Mas, podemos salvar tantas outras.

A história é sempre escrita pelos vencedores, já dizia o clarividente George Orwell na longínqua década de 1940. Que então possamos, juntos, logo ali à frente, reforçar tal máxima ao ganharmos essa batalha que está apenas começando. Mas, para escrevermos esse capítulo, precisamos, antes, sobreviver.

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