Foto: Pedro Piegas (Diário)
Essa não é a primeira vez que a universidade se vê forçada, por restrições orçamentárias, a promover cortes em contratos com terceirizado
A travessia do ano de 2019, que já tem sido difícil para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), encontra, agora, uma barreira física e com um impacto direto no ir e vir da comunidade acadêmica. Para o fim desta semana, a instituição irá fechar os acessos secundários à instituição, das 23h30min de sexta-feira às 6h de segunda-feira. Esse é um desdobramento que se dá na esteira dos contingenciamentos vividos pela universidade desde o começo do ano por parte do governo federal.
Ainda em agosto, o reitor Paulo Burmann, já observando o cenário de dificuldade, ajustou o contrato com a empresa que presta os serviços de vigilância no campus principal e demais campi. Na prática, isso quer dizer que a instituição saiu dos atuais 73 postos de vigilância para 55. Ou seja, uma redução de 18 postos. Medida que foi tomada frente à necessidade de ajustes, já que a União segue com a política de não liberar o que está previsto junto à Lei Orçamentária Anual (LOA).
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Agora, em decorrência da revisão do contrato com a empresa terceirizada de vigilância, serão fechados os acessos aos finais de semana da estrada de Pains (que é uma alternativa de quem vem pela RSC-287) e do Jardim Botânico (caminho feito por quem também segue pela Faixa Nova de Camobi). Além disso, os deslocamentos a alguns setores _ que são área de pesquisa _ como Colégio Politécnico, Hospital Veterinário e Zootecnia, também passam a ter igual restrição. Todos eles, a partir da sexta-feira à noite, serão fechados e somente irão reabrir na segunda-feira pela manhã. Com isso, aos finais de semana, a universidade somente poderá ser acessada pela Avenida Roraima.
- Essa situação se dá, infelizmente, pela impossibilidade de não termos como manter um posto fixo. Será apenas aos finais de semana, mas foi necessário tomar tal medida. A vigilância segue no campus e também nos demais campi, de forma móvel e eletrônica. São ajustes necessários que precisavam ser feitos e que temos de implementá-los frente ao cenário colocado - avalia o reitor.
Ainda em abril deste ano, um outro acesso foi fechado: o do Centro de Ciências da Saúde (CCS) até o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). O local é aberto, contudo, em casos de emergência. Desde agosto, com a redução dos postos de vigilância, a universidade tem tido uma economia de R$ 190 mil mês e, em um ano, de mais de R$ 2,2 milhões.
MÊS DECISIVO
O reitor Paulo Burmann lembra que setembro é considerado o mês-limite para a instituição quanto a sua capacidade de manter os serviços mais essenciais em funcionamento. De acordo com a pró-reitoria de Planejamento, a UFSM tem, até o momento, R$ 74 milhões para custeio (demandas do dia a dia) e investimentos (obras e compra de equipamentos) retidos por parte da União. Burmann avalia que, ao longo desta semana, seguirá à espera de uma eventual sinalização do governo federal quanto à possibilidade de liberação de parte do montante. Caso isso não ocorra, já há um plano B engatilhado. Ainda que não adiante o teor, o reitor diz que, aí, para a próxima semana serão anunciadas as medidas necessárias para fechar o último trimestre do ano.
O Restaurante Universitário (RU) que presta um importante serviço à comunidade acadêmica tem condições de se manter em funcionamento por, no máximo, 45 dias.