marcelo martins

De nada adianta votar em branco, anular ou não votar. E, depois, querer opinar

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

O que não falta, dentro do mundo virtual, são analistas políticos, sanitários e exímios conhecedores dos protocolos de saúde ao enfrentamento à pandemia do coronavírus. O 2020 vem se mostrando um ano que descortinou a falta de lucidez, de razoabilidade e, acima de tudo, de bom senso das pessoas. Talvez a clausura e o confinamento tenham acelerado alguma propensão de comportamentos adivinhatórios. As redes foram invadidas - ocupadas, para quem preferir, como preconiza o dicionário politicamente correto - por pessoas que não cansam de tumultuar o que, por si só, já está caótico.  

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Nossa sociedade foi da pandemia ao pandemônio.A prova mais recente foi a estarrecedora ausência dos brasileiros às urnas. Seja com o pretexto, muitas vezes justificado, de desilusão com a política ou, ainda, sob a esteira dos efeitos da pandemia, muitos agiram ao melhor estilo Pôncio Pilatos, que lavou as mãos - hoje também conhecido como adotar uma posição de neutralidade quando o momento exige posicionamento.

Vimos brasileiros interessados em "destrinchar" o sistema eleitoral norte-americano. Onde, muitas vezes, pessoas sem título ou que, sequer foram às urnas no último dia 15, tornaram-se cabos eleitorais dos dois candidatos na terra do Tio Sam. Sem exagero, a votação atípica dos ianques - que contabiliza a contagem de delegados eleitorais - foi motivo para textões pró-Biden e contra o malvado Trump.

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Com os olhares voltados para fora, muitos descuidaram da nossa própria situação: o pleito à prefeitura. O Brasil, nestas eleições, não se encontrou. O que é pior: se furtou de estar presente dentro do processo eleitoral.

REALIDADE LOCAL
Em Santa Maria, o comparecimento às urnas contou com 145,4 mil votantes. Já a abstenção foi de 58,8 mil votos. Algo que preocupa pelo descomprometimento com os rumos da municipalidade. Igualmente preocupante foram os números de brancos (6,7 mil) e de nulos (5,7 mil). 

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Qualquer que seja a decisão em uma eleição municipal, ainda que o eleito possa não ser alguém com que o cidadão não queira, o pior é dar de ombros para com o compromisso à democracia. É preciso sempre lembrar que, por mais de duas décadas, a nação brasileira foi alijada de decidir, nas urnas, os rumos do Brasil.

Não podemos desperdiçar o tempo, muito menos negligenciar a democracia. Até porque, como dizia o escritor Millôr Fernandes, "quem mata o tempo não é um assassino, é um suicida."


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