Caso Gabriel

"Não se demoniza o Estado", diz corregedor da BM sobre repercussão do Caso Gabriel em São Gabriel


Foto: Eduardo Ramos (Diário)

O corregedor-geral da Brigada Militar, Vladimir Luís Silva da Rosa, afirmou que tanto a família de Gabriel quanto os familiares dos policiais investigados estão sendo amparados pelo Estado, que tem disponibilizado acompanhamento e serviços de acesso à saúde. O corregedor-geral excluiu pressão ou cobrança excessiva da Secretaria de Segurança Pública (SSP) junto de seus tutelados, como é o caso da BM, durante a condução do Caso Gabriel:

 - A relação é a melhor possível. O panorama é de acolhida. A Brigada Militar é uma instituição e investigamos se houve  um erro de alguns integrantes. Não se demoniza o Estado, e o fato de estarmos investigando o caso, não exclui a tutela para todos os familiares.

CIDADE EM EXPECTATIVA E REPERCUSSÃO ESTADO AFORA

Alheias às informações oficiais, moradores de São Gabriel, no centro-oeste do Estado, comentam o desdobramento dos fatos à revelia. Versões diversas, nomes dos suspeitos de estarem envolvidos e informações da atuação dos policiais em outros casos são comentadas. 

Um homem, que pediu para não ter o nome divulgado, disse ser comum a abordagem truculenta de alguns policiais e levarem pessoas detidas para um "castigo" em locais como Lava Pé e Pau Fincado. A  demora para o atendimento de ocorrências também foi relatada.​

Já um policial militar, que também não quis ter o nome divulgado, diz que lamenta a generalização de comentários ofensivos e de inverdades por parte da população. Ele defende a si e a outros colegas que mantém o trabalho de forma exemplar. Muitos têm filhos estudando e família com a vida social afetada nos últimos dias.

 - Estamos sendo constrangidos em estabelecimentos e escolas. Está difícil - desabafa.

A reportagem do Diário tentou contato com os advogados dos três policias investigados (Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso), mas não houve retorno. 

Sem comando local desde 2016, a BM de São Gabriel, município com cerca de 62,1 mil habitantes, segundo o IBGE, costuma atender ocorrências e dividir o efetivo de cerca de 85 policiais também com os municípios de Vila Nova do Sul e Santa Margarida do Sul. Desde o começo dos fatos que envolvem o Caso Gabriel, algumas representações e funções foram afastadas ou alteradas. 

O CASO

Nesta quinta-feira completam-se 14 dias que Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, natural de Guaíba e sem antecedentes criminais desapareceu e sete dias que seu corpo foi encontrado. Ele foi visto vivo pela última vez entre a noite de 12 e a madrugada de 13 de agosto, no Bairro Independência, em São Gabriel. Segundo o relato de uma moradora, ela teria chamado a Brigada Militar (BM) após o jovem ter forçado a grade da casa dela e tentado entrar no local. Ela mesma filmou parte do atendimento da BM. Os policiais foram até o endereço, abordaram, algemaram Gabriel e o colocaram no porta-malas da viatura. O corpo dele foi encontrado dia 19 de agosto, em uma barragem na região conhecida como Lava Pé. Os três policiais (Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso) que abordaram o jovem foram presos na sexta-feira (19) e estão no presídio militar em Porto Alegre desde então.

Além do inquérito da Polícia Civil, que conta o delegado regional Luis Eduardo Benites, o delegado José Soares Bastos, há uma investigação feita pela Corregedoria da Brigada Militar. Há uma investigação feita pela corregedoria da Brigada Militar, cuja encarregada pelo Inquérito Policial Militar (IPM) é a major Carla de Moura Incerti, cedida do Comando Regional de Polícia da Fronteira, sediado em Santana do Livramento.

Um despacho do processo que tramita no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS)  traz trechos de depoimentos que integram a investigação da Polícia Civil e referem o jovem sendo espancado. A juíza designada é Juliana Neves Capiotti. O delegado Benites confirmou as agressões relatadas por testemunhas. O Ministério Público - representado pelos promotores Lisiane Veríssimo Villagrande da Fonseca e Diego Barros - acompanha o caso, mas não se pronunciaram desde quarta-feira.

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