Ainda que as aulas presenciais na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) estejam suspensas, desde março, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o 2021 não reserva um horizonte alentador à maior instituição de Ensino Superior do município. O reitor, Paulo Burmann, projeta que a Federal tenha cerca de R$ 25 milhões a menos em caixa para o próximo ano.
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A previsão leva em conta a proposta junto à Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021 que está para ser encaminhada pelo Ministério da Educação (MEC) ao Congresso. Nela, a pasta está prevendo um corte de 18,2% no orçamento geral de manutenção das universidades públicas federais.
- Estamos frente a um corte num orçamento que há anos vem sofrendo supressões. E, portanto, já se apresenta insuficiente, obrigando a universidade a fazer ajustes que se traduzem em grandes prejuízos ao ensino à pesquisa e à extensão. Isso, em se concretizando, representará um grande estrago no exercício 2021. Teremos um comprometimento na manutenção da universidade como um todo, que inviabilizará o segundo semestre do próximo ano.
AGRAVAMENTO
O reitor explica que, a partir do ano que vem, com a retomada das aulas presenciais, haverá um leque maior de obrigatoriedade:
- Apostamos que em 2021 teremos a retomada das atividades presenciais. Vamos precisar, por exemplo, de mais servidores de limpeza e de protocolos de higiene mais apurados em decorrência da pandemia. Outras situações: mais equipes de saúde para monitorar eventuais sintomas da Covid-19 e orientar as pessoas; necessidade de maior vigilância e de portaria para apoio, segurança e orientações integradas; mais insumos e equipamentos de toda ordem. Ou seja, as obrigações serão maiores para resguardarmos a comunidade e contribuir no controle e enfrentamento da pandemia.
Burmann que, nos últimos anos, tem convivido com o contingenciamento de recursos por parte do governo federal, vê uma possível tesourada do MEC, em meio à pandemia, como uma situação ainda mais delicada.
- Restrições orçamentárias nunca são bem-vindas. Mas, nestas circunstâncias, são inexplicáveis, por mais que tenhamos a compreensão da situação da economia. É um corte em péssima hora, que fragiliza ainda mais as instituições pelas quais podem sair contribuições decisivas, como é o caso da vacina, medicamentos e atendimento pelos hospitais universitários, por exemplo.