opinião

Os erros e acertos do governo Jorge Pozzobom até aqui

Chegamos a 2020 com o último ano do atual mandato do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) e já se avizinhando um pleito eleitoral, em que o mandatário deve buscar a reeleição. Mas não falo sobre isso. E sim sobre os erros e acertos dele em três anos.

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DEU CERTO
Pozzobom tem algo que lhe é próprio: é incansável e, por vezes, demasiadamente repetitivo (beirando à exaustão) quando se (a)pega a um tema. Mas talvez tenha sido isso que rendeu à cidade recuperar os mais de R$ 31 milhões até então perdidos no governo federal e que possibilitarão concluir a perimetral Dom Ivo Lorscheiter, uma obra de mais de uma década, e ainda a construção de unidades de saúde. Além disso, igualmente importante é a garantia de R$ 7 milhões para erguer as cinco lendárias creches do Pró-Infância, um ganho notório à educação de base. 

Sem dizer da contratação expressiva de mais de 400 educadores. E, na saúde, a conquista da Central Telefônica do Samu descentralizada. Um ganho de tempo para que vidas sejam salvas com celeridade.

Há, contudo, outras questões que, ao público (em geral), podem não parecer avanços, mas são. A primeira delas é quanto à adoção das chamadas medidas compensatórias. Na prática, isso proporciona ao Executivo municipal condicionar onde e como quer que certos serviços sejam feitos junto àquelas empresas que vierem a investir em Santa Maria. 

Assim, já está sendo possível a construção de novas capelas mortuárias (acabando com um gargalo da mobilidade urbana no centro com a realização de cortejos) e a refundação do Calçadão, prevista para começar este mês. Tudo isso sem um centavo de dinheiro público.

Há a garantia da ampliação do aeroporto municipal com o aporte de R$ 10,5 milhões da União. É o passaporte para que Santa Maria tenha voos diretos para o sudeste do país. Algo extremamente positivo à economia.

Deve-se reconhecer a reabertura do Restaurante Popular, após quase quatro anos de portas fechadas. Uma conquista social. E, sem dúvida alguma, o carro-chefe do governo tucano e o maior legado é o da segurança pública. Para este trimestre será colocado em operação, de forma oficial, o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp). 

Um investimento de R$ 6 milhões da prefeitura que colocará em funcionamento 700 câmeras de monitoramento. Um aporte significativo e um retorno efetivo à sociedade que paga impostos e que espera o mínimo de segurança nas ruas.

DEU ERRADO
Mas o prefeito, até aqui, não avançou em áreas que passaram à margem das prioridades do seu governo. Uma delas é a questão ambiental. Pozzobom não se mostrou criativo ao pensar formas e parcerias de recuperar e revitalizar o sempre negligenciado Arroio Cadena, que segue à espera de obras de canalização do esgoto, entre outras medidas inteligentes e sustentáveis. Mas pontuou com os 50 ecopontos para a destinação de materiais recicláveis, ainda que a população sequer saiba distinguir lixo orgânico do reaproveitável.   

Na saúde, é preciso avançar em algo, que há anos, é cobrado: o aumento do número de equipes de Estratégia Saúde da Família. Mesmo que não seja da alçada do município, o Hospital Regional, promessa de campanha do tucano em 2016, segue sem ofertar leitos.

Mesmo com a liberação de mais de R$ 36 milhões da União, nenhum dos 270 leitos está disponível à população. O trânsito de Pozzobom em Brasília, que quase sempre lhe abre portas, não surtiu efeito prático algum quanto ao Regional. Outro entrave é a dificuldade em se avançar na contratação de mais médicos para a rede municipal de saúde. 

Ainda que o recurso das creches do Pró-Infância esteja garantido, é preciso avançar na oferta de vagas para crianças (de zero a cinco anos) em creches e pré-escolas, conforme o próprio TCE.

Quanto à recuperação asfáltica, o governo demorou muito para enfrentar a buraqueira que constrange e irrita a todos. Porém, o campo segue, com tímidos avanços, em segundo plano.

No que diz respeito à relação entre prefeitura e Corsan, tem-se, enfim, um contrato rígido e com cláusulas bem mais severas, ainda assim a companhia deixa a desejar, mesmo que o Executivo já tenha aplicado R$ 2,3 milhões de multa à companhia por descumprimento contratual.

Entre erros e acertos, Pozzobom dá de ombros à máxima de Nietzsche que dizia que o político dividia o homem em duas classes (instrumentos e inimigos). O tucano não tem restrição em procurar quem seja e do partido que for para obter resultados e recursos para Santa Maria. Isso, gostem ou não dele, deve ser reconhecido.

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