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Com o Parque Tecnológico, UFSM tem a chance de fazer a coisa certa

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Por muito tempo, e com razão, se dizia que a UFSM era uma casta fechada. Não raro, houve quem - e não foram poucos - questionasse o papel da universidade, de forma prática, junto à sociedade. Até porque do lado de dentro do arco, daquela que é a primeira universidade pública do interior do Brasil, se tinha conhecimento de inúmeras pesquisas e muita produção acadêmica e científica, etc. Mas, afinal, qual era a aplicação disso tudo para quem realmente a financia e paga a todos: os contribuintes.  

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Sabe-se dos projetos de extensão junto a postos de saúde, comunidades indígenas, moradores de áreas ribeirinhas, etc. Sem dizer do Hospital Universitário (Husm), braço forte do SUS para mais de 40 municípios gaúchos e que atua no vácuo de um Estado inoperante quando o tema é saúde pública. 

Agora, na próxima sexta-feira, a UFSM colocará em pauta aquela que já era para ter sido, no século passado, a prioridade das prioridades: a criação do próprio Parque Tecnológico.

O Conselho Universitário (Consu) levará para discussão e votação a proposta que consta em resolução e que, de forma bem resumida, diz que o Parque Tecnológico funcionará como "um complexo planejado de desenvolvimento empresarial e tecnológico promotor da cultura de inovação, de competitividade industrial e empresarial (...) e auxiliando na promoção de sinergias em pesquisas (...)".

O Consu terá, no dia 10 deste mês, a chance de fazer o que tantas outras gestões tentaram, em um passado recente, mas não conseguiram em função do lobby sindical e estudantil. A UFSM poderá, se assim os conselheiros entenderem, ingressar no que há de mais desenvolvido e moderno em termos de economia criativa: transformar conhecimento em produtos e serviços.

As universidades públicas não podem mais seguir com o pires na mão e eternamente à espera de recursos da União. O receituário para o crescimento das universidades - que não pararam no tempo - está em fazer do Parque Tecnológico um instrumento de transformação. Aliás, uma mudança que não se limita à universidade, tampouco a Santa Maria. Muito pelo contrário, será um salto em desenvolvimento para a Região Central e, por tabela, para a Metade Sul do Estado, historicamente o primo pobre de um Rio Grande do Sul falido.

Neste 2020, a UFSM completará 60 anos e está mais do que na hora de romper com setores que apenas sabem apontar o dedo em contrariedade a tudo e a todos. A universidade já perdeu muito tempo e despendeu energia com a turma de sempre. Que o ano novo traga à universidade a mudança necessária para deixar de lado a vanguarda do atraso que apenas sabe tumultuar e criar obstáculos ao desenvolvimento da instituição.

A universidade é maior do que qualquer provincianismo e deve servir à sociedade e não ceder ao barulho e à histeria de quem não consegue enxergar que o futuro se faz no presente. A UFSM, para se ter dimensão do quão representativa é, basta lembrar que ela ocupa a nona posição no ranking nacional de universidade empreendedoras.

E com o Parque Tecnológico isso será compartilhado com toda a cidade e região. Lá, por exemplo, teremos todo o chamado ecossistema em sinergia. Empresas de base tecnológica trabalhando em parcerias com empresas públicas e privadas. Tendo grandes players do mercado dentro da universidade. Ou seja, professores, alunos e laboratórios desenvolvendo tecnologia de ponta e tudo tendo reflexos à economia da metade sul do Estado. É receita à UFSM, verba à economia como um todo e geração de emprego e renda.

Já se vão, ao menos, 10 anos que a UFSM tenta materializar esse sonho. Mas, a resistência interna de muitos setores conservadores impediu isso. Agora é a hora de frear essa turma que só sabe jogar contra e pregar terra arrasada em tudo.  

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