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Os de sempre, os paraquedistas e a busca pelo outsider

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

A menos de um ano e meio para a eleição municipal de Santa Maria, velhos e (nem tão) novos rostos vão dando os primeiros sinais de intenção de concorrer ao pleito de 2020. Além do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), que deve buscar um novo mandato, ao menos uma dezena de nomes deve despontar à disputa. Vamos, aqui, limitar a este número. Dessa forma, vou desconsiderar os paraquedistas que não passam de balão de ensaio para, logo ali à frente, barganhar espaço em um eventual governo. O fato é que Santa Maria carece de um nome, um outsider, que mexa com o cenário e o marasmo, até o momento, colocado. 

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E quando se fala em novo não é aquele papo manjado "de fazer mais com menos" ou de "enxugar a máquina". Sabemos muito bem que otimizar recursos é, invariavelmente, cortar em áreas essenciais e deixar sem o mínimo quem já não tem acesso ao básico. E a conversa de reduzir o tamanho de cargos é nada mais que papo eleitoral, porque há necessidade - ao fim das eleições - em acomodar os apoiadores. 

O município precisa de um gestor que tenha a vivência do mercado e, principalmente, sem os vícios da politicagem. Alguém capaz de agregar, dentro do possível, de forma conciliadora e que entenda que Santa Maria não pode desprezar sua essência de cidade prestadora de serviços e com robustez na área do comércio. Mas mais do que isso: enxergar o nicho do desenvolvimento por meio do empreendedorismo e da tecnologia de ponta. Sem descuidar que, aqui, tem duas instituições de Ensino Superior significativas: UFSM e UFN, que podem ser ainda mais úteis à sociedade. Um gestor que busque os governos federal e estadual - sem se preocupar com alinhamento político-partidário - e que não se renda apenas às esmolas de emendas parlamentares.   

O fato é que Santa Maria carece de longa data de um projeto de desenvolvimento e que, independentemente do mandatário do momento, tenha sequência. Mas não é o que se vê. O que há, isso sim, é sempre um projeto de governo e, se possível, de manutenção do poder. E prevalece o entendimento de que "o nosso é melhor" do que o anterior. O discurso de terra arrasada e de desconstrução da gestão passada dá o tom. Sempre foi assim. 

A eleição de 2020 poderia ser aquela em que o candidato se mostrasse sem a roupagem tradicional do conchavo, do tapinha nas costas, das coligações com mais de uma dezena de partidos orbitando em torno de um nome. Mas não creio que haja um nome assim. É por isso que segue em alta o descrédito com a classe política, que faz com que não se tenha interesse em votar, quando se vê a nominata dos mesmos de sempre.

Mal menor que, ainda em 2017, se teve um ligeiro avanço: o fim das coligações proporcionais para vereadores. É uma forma de evitar o "efeito Tiririca" em que um candidato com uma votação expressiva ajuda a eleger outros candidatos - da própria coligação - e que tenham tido poucos votos. O fim de puxador de votos é algo a ser comemorado, ainda mais quando a mediocridade impera em tantas casas legislativas Estado afora.

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