Ainda que o desafio seja concluir a caminhada do ano, que ainda está em curso, o 2021 será, sem exagero algum, uma espécie de marco zero. E não se trata de discurso de terra arrasada. Mas, sim, de que o poder público de Santa Maria, a exemplo da esmagadora maioria dos municípios brasileiros, conseguirá, no máximo, fazer o básico, o que já será muito. E o que seria isso?
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Manter investimentos nas áreas da saúde, educação, infraestrutura (no combo pavimentação e mobilidade), saneamento, salários em dia do funcionalismo e, não menos importante, um vital braço social em tempos de perda de emprego e renda: o funcionamento do Restaurante Popular.
PERDA REAL
A peça orçamentária, para o próximo ano, reserva uma receita minguada de R$ 610 milhões para manter os compromissos do quinto maior município do Rio Grande do Sul. E, sendo que, para este ano, o projetado é de pouco mais de R$ 810 milhões.
E é bem possível que, frente ao recrudescimento da pandemia que encolheu e retraiu a economia, é possível que esta cifra não seja alcançada. Ou seja, pode-se ter uma redução da ordem de mais de R$ 200 milhões de um ano para outro.
O secretário de Finanças, Mateus Frozza, tem se debruçado na missão de fazer uma readequação orçamentária. Ou seja, fazer com que o 2020 tenha o melhor desfecho possível frente ao atual cenário. E garantir que o orçamento do próximo ano seja "realista e, acima de tudo, executável". Uma certeza, contudo, fica da fala do secretário: o orçamento não será uma peça fictícia e maquiada.
O embotamento orçamentário não é nenhuma exclusividade de Santa Maria. E, igualmente importante frisar, que não se trata de inoperância do Executivo municipal. Até porque a Secretaria de Finanças, vinha até aqui, colocando em práticas várias frentes que reverteram recursos que estavam "na rua", sem dono. Porém, a pandemia veio e bagunçou tudo. A saída é apostar no planejamento.
Positivo o fato de a Secretaria de Desenvolvimento Econômico ter lançado um pacote de estímulo ao pequeno empreendedor, que padece, em meio a essa hecatombe.
FRENTES
As três frentes colocadas aqui pela prefeitura - contenção do avanço da pandemia (com o fechamento, lá atrás, do comércio); preparação da rede de saúde (com fornecimento de leitos) e retomada da economia -, em maior ou menor grau, estão dando resultados. São medidas necessárias para o presente momento, mas que podem, se não impedir, ao menos, minimizar, um futuro ainda mais incerto.
O fato é que independentemente de quem estiver à frente da prefeitura de Santa Maria, a partir de 1º de janeiro de 2021, o desafio será gigantesco. O tamanho do problema, que já está colocado e que tende a se agravar, exigirá discurso e, principalmente, prática coerentes.
Desconfie daquele candidato que, porventura, diga ser possível fazer tudo apenas tendo "vontade política". Até porque se fosse por vontade, simples assim, nenhum de nós estaria passando por tudo isso.
