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Com baixa no número de passageiros, empresas de ônibus projetam demissão

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Charles Guerra (Arquivo Diário)

A penúria que as empresas enfrentam, reflexo direto da pandemia da Covid-19, traduz-se em números e, ainda, em desalento e em falta de esperança. A Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) de Santa Maria, que congrega as seis empresas do transporte coletivo da cidade, prevê um maio preocupante e, um mês de junho, aterrorizante.

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O presidente da ATU, Luiz Fernando Maffini, avalia que, neste mês, os salários dos colaboradores devem, no mínimo, atrasar. E, no pior dos cenários, pode ser parcelado. Ao observar o calendário, a preocupação é quanto à necessidade de cortes nos postos de trabalho, como destaca Maffini à coluna: 

- É, infelizmente, matemático. Ou seja, a conta não fecha e, para piorar, já operamos no vermelho. É bem provável, que já neste mês, tenhamos atrasos ou salários parcelados. E, o pior que pode vir a acontecer, é que, no próximo mês, tenhamos de demitir.

Antes de Santa Maria, a exemplo do país e do mundo, ser acometida pela Covid-19, haviam 214 ônibus na rua (de uma frota total de 235) e, em média, 2,1 milhões passageiros por mês que faziam uso dos ônibus na cidade.

Entretanto, após o surgimento da pandemia, as empresas conseguiram manter apenas 95 ônibus em operação. Ou seja, mais de uma centena de veículos teve de sair de circulação. E a ATU precisou manter uma estrutura mínima de atendimento aos trabalhadores que precisam sair de casa, em meio à crise da pandemia, para trabalhar.

- Após a Covid-19, tivemos redução e queda de todos os indicativos. Contabilizamos uma redução de 80% no número de passageiros por dia, são, agora, 385 mil passageiros por mês. E dos 35 mil quilômetros diários que eram feitos pelos 214 ônibus, isso caiu para 15 mil quilômetros com os 95 ônibus. O transporte público no Brasil, a exemplo daqui, precisa urgentemente de subsídio sob pena de entrar em colapso - avalia.

CORTES
As empresas que fazem parte da ATU empregam, juntas, 940 funcionários (entre motoristas e cobradores). Sendo que, deste total, 340 seguem trabalhando. Porém, há outros 600 que, conforme Maffini, enquadram-se basicamente nas seguintes condições: tiveram os contratos suspensos, outros tantos reduzidos (com diminuição de carga horária) e, ainda, há aqueles que estão afastados por serem grupos de risco.

Além disso, com mais de cem ônibus parados, o prejuízo das empresas é de R$ 42 milhões. O valor leva em conta o custo de compra dos veículos.

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