Na reta final do seu sexto e último mandato no Legislativo santa-mariense, o vereador Manoel Badke (União Brasil), Maneco, fez uma manifestação contundente na primeira sessão após o recesso de inverno, na última terça-feira, contra “o oportunismo” na política. O pronunciamento foi motivado pelo fato de a direção estadual do União Brasil (UB) decidir romper com o governo Jorge Pozzobom (PSDB) para alinhar uma aliança com o PT e apoiar o deputado Valdeci Oliveira a prefeito. Pela decisão, os políticos – entre eles o vice-prefeito Rodrigo Decimo, Jair Binotto, atual presidente da sigla, e o secretário Rodrigo Menna Barreto, além do próprio vereador – deveriam deixar o UB em caso de continuarem na prefeitura. O grupo decidiu permanecer no governo e, ao mesmo tempo, no partido, mas o futuro deve ser decidido nos próximos dias.
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Entre outros membros do União Brasil, Maneco criticou o coordenador na região Centro, Ronei Gamboa, encarregado de comunicar a decisão da cúpula estadual, liderada pelo presidente e deputado Luiz Carlos Busato, aos integrantes do governo Pozzobom. Na sessão de terça-feira, o vereador disse que pediu a Gamboa, que é ex-diretor do Sine, que a determinação fosse formalizada, já “que não sou guri de recado”. Em sua manifestação, Maneco fez, ainda, críticas ao ex-prefeito José Farret, que irá se filiar ao UB para ser vice de Valdeci, e ao ex-presidente do PDT Marcelo Bisogno, cotado como futuro presidente do União Brasil na cidade. Confira ao lado os principais trechos do pronunciamento na Tribuna, terça-feira. Como este é um espaço democrático, está aberto para os políticos citados por Maneco.
Sempre fui de palavra, palavra dada, palavra empenhada. Eu já tinha me comprometido lá no passado com o Onyx Lorenzoni e o Rodrigo Lorenzoni, que eram do DEM. Eu não sabia que seria feita a fusão (DEM e PSL).
(...) Chegamos na política local. Vocês sabem quem é Ronei Gamboa, que quer se intitular presidente do União Brasil em Santa Maria? Filiado ao PTB, assessor direto, ganhando, hoje, no Sine, oportunista de Luiz Carlos Busato, outro oportunista da política. Quem é Luiz Carlos Busato? Foi do PP, 93 a 2023, e depois foi para o PTB, que esfacelou o PTB no Estado do Rio Grande do Sul.
Vamos seguir o oportunismo. José Haidar Farret, vocês sabem a história de José Haidar Farret? Foi prefeito de Santa Maria, mas ele deve recordar que, em 96, aqui neste plenário, ele destruiu a vida política de Evandro Behr. A história está para contar, Evandro Behr seria o futuro prefeito de Santa Maria, mas ele não queria ninguém na sua sombra (...). Oportunista, em nenhum momento, ele foi nem do PSL e nem do Democratas.
Outro, Marcelo Bisogno. Meu amigo como cidadão, mas na política, eu estou discutindo a política da cidade. Pelo PT, concorreu a vereador, concorreu pelo PDT, agora quer vir para o União Brasil porque brigou com Paulo Afonso Burmann, e que, para mim, foi o pior reitor que existiu na universidade (...)”
Saio desse Parlamento com dignidade, valores e princípios. E que, se existe alguém que hoje é União Brasil em Santa Maria, são os seus 1.559 filiados e 246 do PSL. Esses são os verdadeiros União Brasil, o restante, meramente, oportunista.”
O telefonema de Marcelo Bisogno
Diante da manifestação e repercussão do pronunciamento do vereador Manoel Badke na Tribuna, o ex-presidente do PDT Marcelo Bisogno telefonou, na manhã de ontem, para o parlamentar, de quem foi colega no Legislativo por dois mandatos. O propósito era desfazer qualquer mal-entendido.
“Temos uma amizade muito boa, de muitos anos. Ficou muito claro que não é nada pessoal comigo e também não tem muita divergência comigo. Ele me garantiu que não é nada de cunho pessoal, o problema não é comigo, ele está em conflito com a direção estadual, não é comigo. Ele não está concordando com a direção estadual, que não é de agora, então não tem nada a ver comigo”, afirmou Marcelo, destacando que está, ainda, analisando com seu grupo a decisão se filiar ao União Brasil.
