escola de sargentos

Santa Maria fez o bom combate pela ESA

Marcelo Martins

Passados 15 meses de uma longa jornada que Santa Maria travou pela conquista da Escola de Sargentos das Armas (ESA), veio o tão aguardado desfecho quanto ao destino do complexo militar bilionário. Durante live do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em que toda quinta-feira ele fala a apoiadores, o capitão da reserva comunicou que o Exército Brasileiro havia tomado a decisão quanto ao município que sediaria a unidade militar: a capital pernambucana Recife. A decisão, segundo o presidente, foi estritamente técnica e observou aos anseios do alto comando do Exército. Acontece que o sentimento da incredulidade acometeu a todos que viam a definição entre Santa Maria e Ponta Grossa (PR). Mas a lógica, que todos imaginavam, não se fez.

Autoridades locais repercutem decisão sobre a ESA

A imprevisibilidade acabou roubando a cena nesta batalha em que o município gaúcho soube fazer o bom combate. Única cidade gaúcha no páreo, Santa Maria foi, desde 2020, avançando estrategicamente. Desta forma, de quase 20 cidades que estavam na disputa, Santa Maria chegou à condição de favorita por tudo que aqui está colocado: estrutura ao Exército e também à família militar. Porém, o que se diz é que a combinação de critérios políticos e geográficos prevaleceu a favor de Recife. Ou seja, havia a necessidade de se promover uma descentralização de unidades militares, que historicamente estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste.

E, por isso então, o nordeste teria sido priorizado desta vez. À coluna, generais que passaram pelo Comando Militar do Sul - que contempla os três Estados da região sul do país - assimilaram com ceticismo e estarrecimento a decisão tomada pelo alto comando do Exército.

O que fica dessa não vinda da ESA é uma clara demonstração de que Santa Maria sabe, quando quer, mobilizar-se e unir esforços em torno de uma mesma causa. Ficou, claro, o gosto de uma derrota. Talvez, sem exagero, dê para dizer que Recife amarga uma vitória de Pirro - aquela mesma em que o Pirro, ao fim da batalha de Ásculo, ao cumprimentar seus generais depois de verificar as enormes baixas sofridas, teria dito que com mais uma vitória daquelas estaria acabado.

Exército anuncia que Escola de Sargentos das Armas irá para Recife

A expressão, desde então, é usada para se referir a qualquer vitória com ares de derrota. A conquista, que quase veio para cá, foi para a cidade nordestina cara. Até porque terá de "pagar", com recursos próprios, a garantia da ESA.

GEOPOLÍTICA

É possível, de fato, que o Estado nordestino tenha sido contemplada por questões geopolíticas. Há, igualmente, a ser colocado que o governo pernambucano já tinha assegurado, por meio de um termo de compromisso, a aplicação de R$ 323 milhões em mobilidade, transporte público, infraestruturas hídrica e viária, entre outros.

O próprio presidente Bolsonaro comentou na live dele que a contrapartida de Pernambuco foi determinante. Vale lembrar que, por lá, o Estado doou uma área equivalente a 150 hectares (o terreno doado custa R$ 79 milhões) para a construção de um complexo logístico pelo Exército Brasileiro.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

O xis da questão Anterior

O xis da questão

A serpente e o vaga-lume ou o bem e o mal Próximo

A serpente e o vaga-lume ou o bem e o mal

Colunistas do Impresso