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'Você cresceu no coração da sua mãe em vez de crescer na barriga'

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Outro dia assistindo na televisão um documentário sobre adoção, me deu vontade, e é o que faço hoje, de escrever sobre esse tema, nos seus aspectos espirituais, logicamente. E a primeira grande pergunta que surge é: o que existe por trás das cortinas da vida que fazem com que uns sejam adotados e outros se disponham a adotar, ou, em outras palavras, por que uns anseiam ardentemente na busca por pais e outros incessantemente por filhos, ainda que já os tenham biologicamente? Por qual motivo os espíritos adotados já não nasceram como filhos biológicos daquela família que os adotou? Antes de entrar no assunto, convém esclarecer que os pais apenas geram o corpo, pois que o espírito já existe antes do nascimento do corpo físico. Ou seja, quem cria o espírito é Deus. O papel dos pais com relação aos filhos é ajudá-los em seu desenvolvimento material, intelectual, mas, principalmente, moral, pois que os verdadeiros laços familiares não são os da consanguinidade, mas aqueles de afinidade e simpatia que unem os espíritos antes, durante e depois da encarnação.

Pois, para início de conversa, é sempre importante esclarecer que o espiritismo não entende aquela criança abandonada em um orfanato como um ente esquecido por Deus. Claro que não, mas sim como um espírito, provavelmente, comprometido com pendências pretéritas que, mais cedo ou mais tarde, deverão ser quitadas em obediência à lei divina de ação ou reação. A misericórdia de Deus é infinita e está sempre nos dando novas oportunidades de reparação de possíveis erros do passado através da multiplicidade das existências, mais conhecida por reencarnação. E a adoção é um dos meios utilizados pela espiritualidade maior para, secundados pela benção do esquecimento do passado, reunir espíritos desafetos entre si visando, através desses reencontros, harmonizar sentimentos dilacerados através dos séculos ou dos milênios para experiências de aprendizado e reparação de possíveis equívocos cometidos no passado.

Essa união de pais, irmãos e filhos biológicos ou adotados, é mais uma oportunidade oferecida pela infinita misericórdia de Deus dentro da lei da reencarnação e de acordo com as necessidades de cada um, de reencontrar afetos e desafetos para novas experiências com o intuito aparar possíveis arestas espirituais criadas no passado. A adoção é, perante a Lei de Deus, uma nova oportunidade de aprendizado e de recomposição para todos os espíritos reunidos sob um mesmo teto e unidos pelos laços sanguíneos e familiares. Muitos espíritos, por várias razões muito importantes, quando do planejamento familiar ainda na espiritualidade, comprometem-se com o ato da ação de adotar. Porém, ao chegar aqui na Terra, em razão de várias causas como econômicas, sócias e mesmo familiares, acabam rompendo com o compromisso assumido perante à espiritualidade maior, o que apenas transfere, mas não apaga, aquele compromisso no horizonte da vida do espírito, pois que, em uma próxima encarnação, essa pendência terá de ser enfrentada. É como um aluno dos colégios da Terra quando deixa uma matéria pendente. No ano seguinte ele vai ter que recuperar essa pendência deixada para trás.

Por tudo isso, lembre-se que nenhum filho, seja biológico ou adotado, chega de paraquedas em nenhuma família, Claro que não. Foram todos reunidos por motivos muito importantes e decisivos para a harmonia daquele grupo familiar, pois que, todos os fatos impactantes da nossa vida têm sempre um planejamento sempre voltado para a harmonia. Nada acontece por acaso. Você já olhou para o céu em uma noite estrelada e reparou a harmonia do Universo? Você não concorda que essa harmonia só pode ser fruto de um planejamento, ainda que esse planejamento fuja ao nosso entendimento. Então, por que conosco, que também fazemos parte desse Universo, seria diferente? Os seus filhos, tanto os biológicos quantos os adotados, unidos por indestrutíveis laços espirituais, são espíritos que vieram para ajudar ou serem ajudados, para amar e serem amados. Encerro com um diálogo entre crianças. Um filho biológico e um adotado. O adotado pergunta para o biológico: "O que quer dizer filho adotado? - Simples!", disse o biológico. "Você cresceu no coração da sua mãe em vez de crescer na barriga".

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