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Por mais que os dados estatísticos demonstrem que estamos passando pelo momento mais importante e crítico de combate à Covid19, há um consenso mundial de que as pessoas estão cansadas de ouvir notícias sobre a doença. Muitos estão percebendo que, apesar do expressivo número de mortes, o mundo não vai acabar, a terra vai continuar girando, o tempo passando e a vida deve seguir, apesar das dificuldades.
Um dos setores, da economia, mais atingido pela pandemia foi o do entretenimento. No entanto, após quase quatro meses de paralisação, ele virou a página e, enfrentando o desafio do distanciamento social, está se reinventando de forma criativa, buscando, até mesmo no passado, opções de lazer que fizerem parte da juventude de nossos pais e avós.
O drive-in, criado, em 1932, nos Estados Unidos, que virou febre na década de 50, ressurge como uma opção de entretenimento para recuperar o mercado de eventos culturais no país.
Segundo levantamento do Data Sim, tais eventos, principalmente os festivais musicais, representam 13% do PIB e movimentam cerca de R$ 936 bilhões na economia.
Essa é uma das iniciativas do setor de shows e eventos para voltar às atividades e buscar recuperar parte dos prejuízos dos últimos meses, que ultrapassam a 500 milhões de reais. Inclusive casamentos, no estilo drive-in, já estão ocorrendo, trocando os salões por espaços ao ar livre, os convidados assistem à cerimônia e participam da festa em seus automóveis. O bufê se transformou em uma caixa de aperitivos e outra de doces e os bem-casados, tradicionais nas lembrancinhas, foram substituídos por sabonetes e álcool gel. O modelo, também está sendo reinventado em outras partes do mundo, no último sábado, em Paris, fazendo parte da programação de verão, no lago La Villette, estreou o cine drive-in para barcos.
Outro serviço que sofreu um apagão em decorrência da pandemia foi o de boates, mas ele, também, está se reinventando por meio da balada remota. De Toronto saiu a balada chamada o Club Quarentine, que recebe até mil pessoas, sempre com fila de espera virtual. Esse clube já recebeu o título de mais quente da quarentena. No Brasil, essa nova modalidade de boate virtual está fazendo o maior sucesso, como ocorre com a Zoom, criada pelo DJ Omulu, do Rio de Janeiro.
Com as lives que se transformaram em um importante meio de diversão para aqueles em confinamento forçado, o drive-in, o drive-thru pelos corredores de shopping center, boates virtuais e comemorações no estilo street party (tele- mensagem mais elaborada) são exemplos de reinvenção do setor de vendas e entretenimento. Alguns empresários do ramo deixaram para trás padrões de ofertas de serviços que estavam acostumados e estão descobrindo novos meios para mostrar que a vida continua e que, mesmo diante de tantos problemas, é possível ser criativo e proporcionar às pessoas comodidade, distração e alegria para enfrentamento dos desafios cotidianos, com mais leveza.