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PLURAL: os textos de Márcio Bernardes e Rony Cavalli

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A vida e a Sétima Arte
Márcio de Souza Bernardes
Advogado e professor universitário


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Sem polêmicas. Hoje, resolvi escrever sobre cinema. Neste período, que em tempos normais seria de férias escolares, e pela necessidade de isolamento social, filmes são uma boa pedida para relaxar e esquecer um pouco os problemas do mundo real. Eis aí a magia da Sétima Arte. Estes dias, assisti novamente a um filme que completa 45 anos e que foi um divisor de águas para os chamados blockbusters. A história é relativamente simples, mas a trama e a narrativa, encadeando ações e diálogos entre os personagens, faz dele um ótimo suspense e marca a genialidade do seu diretor, Steven Spielberg.

AMEAÇA INVISÍVEL 

Acompanhem-me, leitores, e depois escrevam suas cartinhas. É verão. Em uma pequena cidade do litoral, uma jovem aparece morta na praia. Poucos dias depois, outras mortes. Há, na praia, uma ameaça invisível. Um dos protagonistas, um policial, preocupado com a situação, com o apoio de um biólogo marinho (cientista) que vê, ali, uma grave ameaça, avisa ao prefeito local que é necessário interditar a praia para evitar mais mortes. O prefeito, inicialmente assustado, toma algumas medidas, mas, por ser alta temporada, nega-se a interditar a praia aos banhistas e retira as bandeiras vermelhas. Isso assustaria os turistas e prejudicaria a economia local. O prefeito convoca os "cidadãos de bem", ilustres comerciantes locais, para tomar uma decisão. Alguns esbravejam: "nossa bandeira nunca será vermelha". Ninguém quer acreditar que o problema seja tão grave assim. Seria razoável tomar medidas preventivas, mas não fechar tudo. Os comerciantes pressionam o prefeito a manter abertos a praia e o comércio, já que é época de grandes lucros por conta dos turistas. A mídia local, aliada ao prefeito, fica mais preocupada em taxar o policial de louco, exagerado (só faltou "comunista"). Os turistas, cidadãos comuns, não dão muita bola aos alertas e, nos dias que se seguem, as praias ficam lotadas, crianças brincando no mar, até que... mais um ataque fatal. Diversas pessoas mortas. Corpos empilhados e um rastro de sangue. A população entra em pânico. Uma pergunta subliminar fica: quem são os responsáveis pelas mortes? O Tubarão ou os que, podendo, não interditaram as praias para salvar vidas?

A VIDA IMITA A ARTE

Não darei mais spoilers, mas sugiro rever o filme Tubarão (1975), que se tornou o maior fenômeno de bilheteria do cinema e permanece no imaginário de gerações de cinéfilos. Como dizia Oscar Wilde, "a vida imita a arte mais do que a arte imita a vida". Pois é, Sr. Wilde! Que coisa, não? Mas não se preocupem, amigos. É só um filme de ficção!

Servidor público x Empreendedor
Rony Pillar Cavalli
Advogado e professor universitário


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Peço desculpas aos servidores públicos meus amigos. Tenho consciência que o Estado não tem vida própria sem a valorosa mão dos servidores. Por outro lado, temos no Brasil carreiras públicas cujos vencimentos, prerrogativas, aliados à estabilidade e demais vantagens, retiram do mercado mentes privilegiadas que poderiam empreender e gerar riquezas e empregos, mas preferem usar suas inteligências para conquistar um cargo, via concurso, que lhes dará boa remuneração e estabilidade, sem grandes investimentos ou riscos, em clara preocupação individual.

No Brasil, além de cargos administrativos pagarem cerca de 69% mais do que a função equivalente na iniciativa privada, cria uma tendência que emperra a economia e retrai o empreendedorismo, em claro duplo prejuízo à sociedade.

Enquanto assistimos a economia pujante dos EUA, onde quem quer ganhar mais efetivamente empreende e faz a economia "bombar" com criação de empregos e renda, no Brasil, muitas de nossas mentes brilhantes escondem-se atrás de um cargo público.

MENTES BRILHANTES

Pior que isto, ainda, é que as mentes brilhantes antes e que esforçaram-se para aprovar em concursos públicos disputados, após a aprovação e principalmente após o estágio probatório e a conquista da estabilidade, simplesmente somem e, em sua grande maioria, apenas cumprem suas funções sem maiores esforços, contentando-se em transformarem-se em meros "carimbadores oficiais", sendo suas inteligências naturais perdidas completamente, sem gerar qualquer riqueza à sociedade. 

Existe urgência que seja modificado o sistema dos concursos a certas carreiras públicas, de forma que não permaneçam tão atrativas a ponto de retirar do mercado mentes privilegiadas, bem como não tão pouco atrativas a ponto de atrair somente pessoas que não tenham outra opção.

Necessário que seja criado condições que privilegie o empreendedor e não o servidor público.

ESTADO AUTOFÁGICO 

Com a massa de servidores públicos e suas vantagens vencimentais, somados os ativos e inativos, acabam comprometendo o orçamento público quase em sua totalidade com a manutenção da própria máquina pública, o que faz perder seu sentido, pois é ilógico que o Estado consuma a maior parte dos recursos com a sua própria manutenção, sendo aquilo que o Ministro Paulo Guedes chama de "Estado Autofágico", ou seja, consome-se com sua própria existência.

O RS tem seu orçamento comprometido com despesa de pessoal que supera o limite previsto na lei de responsabilidade fiscal, com pessoal, que é de 60%. Mudar este quadro é questão de sobrevivência.

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