O surgimento de três Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) de forma simultânea e inédita dentro do Legislativo de Santa Maria traz consequências diretas à política local. E, inevitavelmente, para todos os lados: aos dois blocos oposicionistas, e, ainda, ao bloco governista. A gestão do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) tem, neste segundo mandato, uma realidade bem adversa do que foi o primeiro governo do tucano. Lá, em 2017, ele tinha uma base com 16 vereadores. Hoje, são seis parlamentares.
O sexteto, que representa Pozzobom no Legislativo, carece de traquejo, de experiência e, inclusive, de um pouco de maldade. Pozzobom, a exemplo do primeiro mandato, está acuado e, principalmente, à deriva dentro da Câmara. A oposição, que tem todo mérito em saber se valer do papel que é facultada a ela, "sambou" na gestão tucana que não sabe sequer o que faz dentro dos corredores do casarão histórico do Legislativo.
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O time da oposição, devidamente bem estruturado, está pronto para o bom combate. À frente do embate, os governistas já demonstraram que não conseguem rebater a artilharia das críticas capitaneadas por Tubias Calil, do MDB, que lidera o bloco mais beligerante. Ao mesmo tempo, os progressistas Roberta Leitão e Pablo Pacheco são nomes que mostraram que não vieram a passeio à Casa. Eles dão o tom cadenciado das cobranças, e, não raro, são acompanhados pelos demais colegas.
Pozzobom, em uma coisa, não tem o que fazer: os nomes governistas são esses. Ou seja, ou eles engrenam na função que cabe a eles, que é a de "sair" em defesa da gestão tucana. Ou, então, a oposição seguirá dando as regras do jogo. O fato é que o tédio, nesta legislatura, não passa sequer perto da Rua Vale Machado. Se, no passado, as legislaturas anteriores estavam acostumadas "ao jogo de cena", nesta, isso não acontecerá. Mérito, até aqui, à oposição que está sedenta por sair do lugar comum.