covid-19

Com vacinação a conta-gotas, não se pode perder 4 mil doses

Já foi dito aqui neste espaço que a prefeitura avança, se comparado com os contextos estadual e federal, na imunização da população santa-mariense. O que passa necessariamente por uma conjugação de esforços dos servidores do quadro da saúde bem como o altruísmo e civismo de voluntários que se doam neste processo. Porém, uma coisa não pode ser admitida como cabível e razoável: o fato de Santa Maria ter perdido quase 4 mil doses.

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A declaração foi dada, na semana passada, quando o secretário de Saúde, Guilherme Ribas, foi até a Câmara de Vereadores prestar informações aos políticos da Casa.
No Parlamento, o secretário que, até aqui, como já reconhecido nesta coluna, tem tido uma postura séria, responsável e transparente, na condução da pandemia. Porém, é grave e preocupante o fato de ele ter reconhecido que o município perdeu quase 4 mil doses. Ribas detalhou que de quatro lotes que a prefeitura recebeu, da vacina Butantan Coronavac, 3,7 mil doses foram perdidas. Segundo ele, a resposta para isso virá em tempo hábil. A questão é que tempo, aqui, é vida. Não podemos ver como crível que dois lotes tenham simplesmente sido descartados.

É claro que não houve qualquer ato de má-fé e, felizmente, Santa Maria não tem nenhum caso de fura-fila. E, até mesmo em nome da transparência, tão apregoada pelo governo Pozzobom (PSDB), é que o secretário Guilherme Ribas abriu a existência dessa falha. Ainda que meritório, palavras, neste caso, precisam ser substituídas por atitudes e atos concretos.

ALIÁS...

Por mais que o poder público e os próprios vereadores da bancada governista vejam com restrições a atuação do vereador Tubias Calil (MDB), que é acusado de tentar se promover em meio à pandeia, o parlamentar fez aqui o que é tarefa dele: cobrar e elevar o tom. O emedebista tem sido a principal voz em termos de acompanhar o desempenho do Executivo municipal nesta empreitada para imunizar a população. Tubias já mostrou, nesta legislatura, que sabe reconhecer o que está certo e o que deve ser elogiado, mas, enquanto vereador da oposição, age como deve ser: está, e seguirá, na jugular do governo. Ora, mordendo, ora aliviando.

Questionamentos que pairam e a falta de uma autocrítica 

Para esta semana, deve seguir sendo cobrada uma outra situação: o que seria uma diferença entre as doses recebidas bem como as aplicadas em Santa Maria. Tubias Calil colocou, na semana passada, que haveria uma diferença de 20 mil imunizantes dentro do placar do vacinômetro do Executivo municipal.

A pergunta do emedebista foi endossada por outros colegas. É igualmente importante colocar que os vereadores, da base governista, deveriam exercer um pouco mais a crítica. Não se pode "colar" cegamente no governo. Nem por isso, claro, ser fogo-amigo, ou seja, jogar contra a administração.

Porém, está em tempo de os vereadores da base da gestão Pozzobom terem o entendimento que ajudar, muitas vezes, nem sempre é falar apenas o que se quer. Ainda que inicialmente esse tipo de comportamento possa trazer algum desconforto e, até mesmo, embaraço. Mudar e rever posições é benéfico a todos.

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Marcelo Martins