Ex-presidente em solo gaúcho

No mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a julgar a ação de inelegibilidade movida pelo PDT, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)desembarcou, nesta quinta (22), em Porto Alegre para uma agenda de dois dias. No Aeroporto Salgado Filho, o principal líder da direita foi recebido por muitos apoiadores.

 
Na quinta, o TSE iniciou o julgamento da ação em que o PDT questiona a legalidade da reunião com os embaixadores e acusa o ex-presidente de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Ao defender a condenação de Bolsonaro, o Ministério Público Eleitoral argumentou que o ex-chefe do país transformou a reunião em um “ato eleitoreiro”. 

– O evento foi deformado em instrumento de manobra eleitoreira, traduzindo o desvio de finalidade – afirmou o vice-procurador Eleitoral, Paulo Gonet.

 
Já o advogado de Bolsonaro, Tarcísio Carvalho, pediu a rejeição da ação e a sua consequente absolvição. 

– O presidente, sim, talvez, em um tom inadequado, ácido, excessivamente contundente, fez colocações sobre o sistema eleitoral brasileiro, sobre aprimoramentos necessários sobre o sistema de colheita de votos – afirmou o defensor. 

Depois da manifestação, a sessão de julgamento foi suspensa e será retomada na próxima terça-feira.

 
Em Porto Alegre, o ex-presidente foi questionado pela imprensa se ação do PDT era justa. 

– Joguei dentro das quatro linhas, você acha justa a ação? –, devolveu Bolsonaro. 

Afirmou que “pretendo colaborar com o país” ao ser questionado se concorreria nas eleições de 2030, caso o TSE decida pela sua inelegibilidade em 2026. Diante da insistência dos repórteres, o ex-presidente perguntou o nome do cemitério da Capital a apoiadores. Ao ouvir a resposta, ele disse, em tom irônico, que “vou comprar um lote no São Miguel e Almas”. 

Sobre a suposta “minuta de golpe” encontrada no telefone do seu ex-assessor Mauro Cid, afirmou que não tinha conhecimento. Aos gritos de “mito, mito”, Bolsonaro, que almoçou com apoiadores e participou de um atividade com empresários, frisou que “eu continuo sendo o ex mais querido do Brasil”. 

Nesta sexta (23), o ex-presidente participa de um encontro estadual do PL na Assembleia Legislativa.