Depois que a Aneel abriu consulta pública para definir possível taxação sobre a geração de energia solar no Brasil, cresceu 40% a venda de projetos de geração fotovoltaica no Rio Grande do Sul, segundo Rodrigo Correa, presidente da Associação Gaúcha de Energia Solar (Agesolar) e diretor da empresa Parceria Solar, de Santa Maria. O motivo: os clientes querem instalar os sistemas antes da mudança das regras para aproveitar o direito adquirido. Ou seja, quem comprar agora ficaria sob as regras atuais e livre de pagar a nova taxa, o que só valeria para projetos implantados no futuro.
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Correa explica que hoje, o cliente que tem sistema fotovoltaico já paga uma taxa de disponibilidade à RGE, que é de 50 a 100 kWh, dependendo se a ligação com a rede da concessionária é monofásica ou trifásica. Ele concorda com essa cobrança e também com a criação de mais uma taxa pela Aneel, pois a concessionária precisa ser remunerada pelos custos de manutenção da rede, que fica à disposição dos clientes - eles geram energia e injetam no sistema de dia, mas dependem da concessionária para consumir a energia à noite e em dias nublados. Porém, o presidente da Agesolar diz que essa taxa não pode ser tão elevada, como quer a Aneel, e deveria ser implantada de forma gradual.
- Hoje, a energia solar não responde por nem 1% da matriz energética do país, então não tem porque cobrar uma tarifa tão alta já agora - diz, lembrando que a Aneel já deu sinais de que a mudança da cobrança da taxa só deve entrar em vigor a partir de março ou de 2021, e não mais agora na virada deste ano.