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Aluga-se

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style="width: 100%;" data-filename="retriever">O ano de 2021 está na mesma batida de 2020 - a pandemia recrudesce com fúria mostrando aos "valentes" que com o vírus não se brinca, mas eles continuam debochando, se contaminando, contaminando outros, morrendo e matando.

A esperança que reacendeu nos últimos dias de 2020 parece cada vez mais distante. Os noticiários trazem a aprovação de diversas vacinas e o avanço da imunização pelo mundo. A sensação é de olhar por uma janela emperrada. O calendário de vacinação apresentado pelo governo muda a todo o instante. Iniciaria em dezembro, depois janeiro, bem depois fevereiro - à medida que o prazo se aproxima um novo é estabelecido.  

Em meio a orquestrção da desordem de prazos, a "eficiente" logística desmorona feito uma encosta erodida - faltam seringas! Não sei o que é pior! Ter vacina e não ter seringas ou ter seringas e não ter vacinas? Pensando bem, não há dilema.

Tudo é pior! A sensação é de que as autoridades andam em círculo voltando sempre ao ponto inicial. A vacina é o ponto de congruência entre a saúde e a economia. Quando o grande conflito da pandemia finalmente parece ser equacionado, faltam competência e governança para que a matemática do caos se configure em solução.

 Sem contar, a articulação contrária do principal mandatário alimentando a politização e as crenças falsas e absurdas sobre os prejuízos dos imunizantes sem, contudo, ter abandonado a apologia ao uso de medicamentos sem comprovação científica, à ineficácia das máscaras e a pouca gravidade da doença, enquanto 200 mil brasileiros morreram solitariamente nas UTIs ou em casa por falta de vagas nos hospitais ou ainda, nas salas de espera aguardando a morte de alguém na esperança de um leito.

Famílias, histórias, sonhos destroçados que poderiam ter sido evitados se houvessem estratégias que prioritariamente, protegessem vidas e depois a economia. É na batida da banalização, do deboche, do pouco caso, das aglomerações que o incentivo ao descumprimento das regras mínimas para controle do contágio, ocorre no país inteiro.

Não é só o presidente que joga o povo na arena dos leões.

 Há veículos de comunicação que incentivam a circulação nas praias, nos lugares turísticos, as compras em datas festivas, em seguida criticam as aglomerações, parecendo intencionalmente "fabricar" notícias. Comportamento peçonhento - morde e depois assopra. Correndo por fora articulam-se as clínicas particulares para a compra de uma vacina indiana, a exemplo dos testes.

 O abismo da desigualdade se aprofunda ainda mais. Quem puder pagar vai se vacinar, porém sem imunização em massa a proteção é parcial. É neste caminhar cambaleante, errático e descoordenado que segue o Brasil, assistindo pela janela o sol despertar para muitos povos e nações.

Nos aproximamos de uma ilha de párias que nega a ciência, faz pouco caso da vida e se deixa liderar rumo ao abismo. Lembrei do Raul Seixas: "a solução é alugar o Brasil".


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