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A Covid-19 já não assusta, como antes

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Não sei se é em razão das eleições, em 15 dias, ou pressão dos interessados em retomar todas as atividades integralmente. O fato é que está havendo uma flexibilização sem que as circunstâncias tenham se alterado. Houve um declínio, é verdade, mas já percebemos um anúncio de retomada dos índices anteriores com perspectivas de se agravar nos próximos dias. Nem poderia ser diferente. Com o afrouxamento dos protocolos de distanciamento social e liberação de casas de espetáculos, bares, restaurantes, cinemas, teatros e, enfim, todas as atividades com a presença de público, mesmo limitado, é natural que o vírus circule com mais desenvoltura e contamine mais pessoas. Liberaram, por exemplo, a ponte da amizade em Foz do Iguaçu. Quem assistiu ao noticiário, pode perceber a multidão, sem distanciamento e alguns sem máscaras, que atravessavam a ponte e circulavam na cidade Del Este, no Paraguai. O que mudou? Chegou a vacina e não nos avisaram? Ou o distanciamento e a máscara não tem a importância na prevenção como se apregoa desde o começo. Se não mudaram as circunstâncias e o declínio de contágio não foi significativo, estamos sendo imprudentes. Porto Alegre contava, a semana passada, com quatro hospitais com as UTIs lotadas. Falta pouco para o caos se estabelecer. Portanto, penso que não houve alteração nas condições de contágio que justifique a flexibilização da forma como está sendo praticada. Será que é a proximidade das eleições que justificou essa nova atitude? A Europa e os Estados Unidos estão retomando o contágio, pelo que chamam de "segunda onda". Nós ainda não estamos livres da primeira onda da Covid-19 e se não atentarmos para os cuidados indispensáveis corremos o risco de entrarmos na segunda onda sem sair da primeira. Não estou pretendendo o fechamento geral - lockdown - apenas um controle racional e organizado com mais controle para garantir o distanciamento social, indispensável para evitar o contágio. Se flexibilizarmos sem um limite seguro, podemos correr o risco de perdermos todo o sacrifício a que nos submetemos desde março passado. As pessoas, em geral, estão agindo como se a vacina já estivesse entre nós, ou quase chegando. Cuidado. Antes do final do primeiro semestre do próximo ano é muito pouco provável que isso aconteça. Portanto, ainda falta um bom tempo para nos livrarmos do vírus de outra forma, que não a prevenção pelo distanciamento. Com vacina ainda falta um bom tempo. Enquanto nada disso acontece - distanciamento eficiente e vacina - estamos correndo o risco de mortes que poderiam ser evitadas. Basta bom senso e responsabilidade. Desconfio que passadas as eleições mudarão os critérios a estratégias para enfrentar o aumento de contágio. O futuro nos mostrará.

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