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'Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.'

Fugindo um pouco da abordagem que quinzenalmente faço neste espaço em que abordo temas específicos sob a ótica espírita, hoje, pela primeira vez, não vou escrever sobre algo, mas sim sobre alguém, mais exatamente sobre o personagem protagonista do filme "Kardec - A história por trás do nome". Claro que será apenas uma infinitésima parte da sua história e do seu legado para a humanidade. E para início de conversa, é bom que fique bem claro que Kardec não foi o inventor do espiritismo, mas sim o codificador, seu sistematizador, como ele mesmo escreveu: "Vi, observei, coordenei e procuro fazer compreensível aos outros o que eu mesmo entendi". Ao contrário do que muitos pensam, Allan Kardec não era o seu nome real, e sim Hippolyte Léon Denizard Rivail. Filho de uma família tradicional católica, tornou-se maçom, cientista, pesquisador, escritor, pedagogo poliglota positivista que nos anos de 1850, a convite de um amigo, passou a frequentar e, mais tarde, investigar um suposto acontecimento "sobrenatural" em que, sem a intervenção de ninguém, as mesas não somente se moviam e giravam como respondiam perguntas divertindo os nobres e intelectuais da época. Impressionado, já que mesa não tem cérebro, ele resolveu investigar e reunir a maior quantidade de material existente. Era preciso estudar e teorizar sobre aquele fenômeno. E assim, convencido de que por trás daqueles acontecimentos havia algo muito mais extraordinário, dedicou-se por dois anos fazendo observações, colhendo material, efetuando formulações e estudos sobre tudo o que presenciava. Ele levava para cada sessão em que os fenômenos aconteciam, uma série de questões que eram então respondidas pelas "inteligências invisíveis" com precisão, profundidade e lógica. As respostas formaram e assumiram a proporção de uma doutrina que o levaram a publicá-las em um livro incialmente com 550 perguntas e respostas que chamou-se "O Livro dos Espíritos", publicado em 18 de abril de 1857. Iniciava nessa data a codificação espírita e, por via de consequência, nascia o Espiritismo.

Quando da publicação da primeira edição de "O Livro dos Espíritos", o professor Rivail se defrontou com um dilema. Seu nome era muito conhecido e respeitado nos meios acadêmicos da França e usá-lo em sua nova empreitada poderia causar confusão e descrédito. Assim, o professor Dinizard usou pela primeira vez o pseudônimo Allan Kardec. Sua origem está ligada a uma mensagem de um espírito autodenominado "Z", que afirmara, através de um médium, que conhecera o professor Rivail, como um druída, que vivera na Gália (atual território da França) durante a conquista romana, 100 anos antes de Cristo. Assim, o nome Allan Kardec foi incorporado de maneira definitiva pelo codificador nessa e nas outras quatro obras básicas que viriam a formar os fundamentos da Doutrina Espírita, completando, dessa forma, e com sucesso, a sua missão de compilar e disseminar uma nova forma de encarar Deus não mais com a ótica judaico-cristã e sim como um Deus universal, bem como a realidade que nos rodeia e suas discrepâncias e o próprio ser humano e a razão de sua estada neste mundo, aspectos esses que as religiões tradicionais não conseguiam e não conseguem, ainda hoje, explicar de forma convincente. Sua missão terminaria dia 31 de março de 1869, fruto de o rompimento de um aneurisma, estando seu corpo sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, cuja parte superior do túmulo está gravada não apenas e simplesmente um frase, mas uma lei divina a qual todos nós estamos atrelados: "Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei."

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