Jader Guterres Hoffmeister

Tudo evolui, sem nenhuma exceção, inclusive os animais

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Hoje, diferentemente do que normalmente costumo fazer quando abordo um tema específico, vou responder, sem citar nomes, claro, dois questionamentos de pessoas que me escreveram pedindo para discorrer sobre alguns temas. E o primeiro deles é sobre se existe almas gêmeas. Começo minha resposta dizendo que Deus, sendo perfeito no grau absoluto, nada faz de forma incompleta. Exatamente por isso, a lógica nos diz que Ele não criaria nenhum ser incompleto, qual seja, com a necessidade de ter outro para se sentir completo. Recentemente, escrevi neste espaço que os espíritos, sejam encarnados ou desencarnados, se unem por afinidade nos seus mais diversos modos.Em face dessa afinidade de almas, há as que se buscam para, tanto na vida em sociedade quanto no amor, trilharem juntas um período da jornada evolutiva do espírito imortal, o que não significa que aquelas a quem chamamos de almas gêmeas tenham sido criada uma para outra eternamente e que uma não vive sem a outra, como se fossem metades interdependentes. 

Infelizmente, o nosso entendimento, ainda muito precário com relação à finalidade da vida, nos remete à ideia de almas gêmeas apenas na visão romântica da união afetiva, quando que a vida verdadeira, a do espírito, estreita laços afetivos com outras almas nas inúmeras experiências de idas e vindas dentro do processo de aprendizagem do espírito imortal. Chegará um tempo, no entanto, que deixaremos de ter essa visão tacanha do amor para vivenciarmos esse sentimento em toda a sua plenitude e amplitude quando, então, todos nos amaremos de forma permanente e incondicional como se todos fôssemos almas gêmeas.

O meu próximo assunto é algo que nunca abordei aqui neste espaço. Vou responder a uma pergunta que me pede para falar sobre os animais. E o missivista, se é que posso chamá-lo assim nessa época tecnológica, me enviou duas perguntas sobre o tema. A primeira é se os animais considerados superiores (cães, gatos, etc) tem alma? E a segunda, se é possível que animais que tenham morrido permaneçam em suas famílias como espírito? Com relação ao primeiro questionamento, na conceituação espírita é certo que os animais possuem alma, mas não exatamente como a nossa, seres racionais.

O que há neles, além de uma predominância do instinto, é um princípio inteligente, que podemos chamar de alma, ou espírito, como queiram, porém, em um estágio evolutivo ainda bastante primitivo. Essa alma conserva, após a morte do corpo, a sua individualidade, mas não conserva a consciência do seu "eu", assim como nós humanos conservamos a nossa consciência, ou seja, nos reconhecendo e conseguindo nos identificar.

Na natureza, não existe nada em vão. Tudo tem uma razão de ser, de existir. Tudo é uma troca permanente de valores e aprendizado, inclusive entre homens e animais. Pela nossa ainda pequenez espiritual, sabemos muito pouco a respeito, mas o suficiente para admitirmos que tudo, absolutamente tudo, dentro da obra divina, evolui, e, portanto, a lógica nos diz que os animais também. Se você nasceu para crescer e evoluir, por que os animais, que também são obras da criação divina, não teriam esse mesmo direito? Você não concorda? Quanto à segunda questão, no livro Os Animais tem Alma? do cientista e filósofo italiano Ernesto Bozzano, desencarnado em 1943, existe um capítulo em que ele traz uma coletânea de relatos em que médiuns videntes ostensivos ou clarividentes contam que, ao visitar amigos, foram recebidos pelo cão da família sem saber que estes já haviam falecido e que, ao contar para os familiares e descrevê-los, receberam a informação de que, pela descrição se tratava, de fato, do cão da família. Chico Xavier, a propósito da relação dos homens com os animais, disse em certa ocasião: "Nós, seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar."

Sei que esse tema sobre alma dos animais ainda é muito novo. Sei, também, que muitas pessoas pensam que, a exceção do ser racional, o homem, todo o resto só existe para servir ao deleite e ao prazer dele próprio que, muitas vezes, tem comportamentos mais impróprios do que os seres, por ele, chamados de irracionais. Por isso, um convite. Experimente, por um instante só, só por um instante, esvaziar um pouco o seu cálice mental das suas crenças passadas de pai para filho para observar como era o planeta Terra e a vida em todas as suas instâncias ao longo dos milênios e você, com certeza absoluta, chegará à seguinte conclusão: na obra da natureza nada é estanque. Tudo evolui, sem nenhuma exceção, inclusive os animais.

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