O dito aqui não é novidade, já repeti tantas vezes e reitero por que será sempre atual. Ao se falar de instituições financeiras, não há índice negativo quando o assunto é renda, faturamento, juros e demais taxas associadas ao lucro que envolve capital econômico. O fenômeno comemorado entre investidores e vendedores de dinheiro, pois este é o produto das instituições financeiras, chama-se bancarização.
A sociedade de consumo aposta na sedução, na venda de sonhos. Empacota e manda entregar felicidade. Eis a oferta dos fornecedores. Já tem algum tempo que deixamos de comprar produtos e utilizar serviços, compramos felicidade. Ainda que em metáfora, é o que nos prometem, é a utopia, a falácia da sociedade de consumo (consumista).
Você está superendividado? Então, estas dicas vão te ajudar
A bancarização da população brasileira nos últimos dez anos apresenta dados alarmantes:
- 72,4% dos brasileiros já possuem cartão de crédito
- Existem 19.813 agências bancárias
- São 165.228 correspondentes não bancários
- 37,8 milhões de clientes no internet banking
- 141,3 milhões de contas-correntes
- 153,4 milhões de cartões de crédito
Apenas no ano passado, 35% de usuários de cartões de crédito pagaram o valor mínimo das faturas. É fato, o dinheiro de plástico chegou, popularizou o crédito, mas esqueceu que a fatura bate à porta dos consumidores, e vem acompanhada de juros não muito amigáveis. Anuncia-se em glória que o Brasil é o quinto mercado de consumo do mundo; que 5 trilhões de reais são gastos por ano; evolução das classes sociais brasileiras. Pergunto: a que preço?
- A que preço somos o 5º maior mercado de consumo?
- A que preço gastamos 5 trilhões de reais ao ano?
- A que preço ocorre a evolução das classes sociais?
Não quero ecoar um discurso pessimista, mas vivemos uma vida a crédito, habito preconizado pela bancarização do consumo. Agiotagem consumerista que amarga a possibilidade de uma crise generalizada.
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O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor registrou o expressivo número de 26.319 reclamações em face de instituições financeiras, e alguns dados apontam para um total de endividados, apenas, no estado de São Paulo de 52% da população paulista, que colaboram à soma de 1 trilhão de reais como o total da dívida dos ditos superendividados brasileiros.
Fica aqui o alerta!
Caminhos? Alguns, mas nada, por ora, efetivo.
Uma alternativa vem com o projeto de atualização do Código de Defesa do Consumidor, que passou a preocupar-se com a prática consumista, impulsionada pela bancarização do consumidor. O projeto em comento trata a regulamentação da oferta de crédito, trazendo ao fornecedor (instituição financeira) a responsabilidade em promover o dever de aconselhamento e orientação ao consumidor, vedando, entre outras questões, a referência das expressões "sem juros", "gratuito", "taxa zero".
Dever de aconselhamento? Ver para crer!