coluna vitor hugo ferreira

A revolução dos centavos

da redação

Em 2013 escrevi parte do texto que transcrevo aqui, foi em um passado próximo, mas muito da revolução, aparentemente sem muitos efeitos práticos, reflete efetivamente no Brasil que temos hoje.

Confúcio, pensador e filósofo chinês, trouxe em sua filosofia a moralidade pessoal e governamental, os procedimentos corretos nas relações sociais, a justiça e a sinceridade. Promoveu a ideia da moralidade pessoal, a qual se estendia ao governo.

Os princípios de Confúcio tinham sua base nas tradições e crenças chinesas comuns. Favorecia a lealdade familiar, reverência aos mais velhos, respeito com as crianças. Imortalizou a expressão "não faças aos outros o que não queres que façam a ti", uma das versões mais antigas da ética da reciprocidade. 

Da rua, ouvia-se um movimento legítimo (falo da maioria organizada e apta a protestar, e não da minoria que depreda e vandaliza). Os protestos do passado recente já somam bem mais que os R$ 0,20 iniciais. São outras as questões que motivam, estamos diante de reivindicações por mais qualidade de vida, isso passa pelo custo do transporte, pela construção de metrôs, corredores de ônibus, qualidade.

Foto: Jean Pimentel (arquivo/ Diário)

Acredito que depois das Diretas Já, do Impeachment do Presidente Collor, presenciamos uma nova tomada das ruas em proporções inimagináveis. Sobreveio o impeachment da Presidente Dilma, a prisão do Ex-presidente Lula, a eleição de Jair Bolsonaro.

Na época do texto, imaginei que o próximo passo, seria de construir uma fala comum, dar identidade revolucionária-propositiva e disso pautar exigências. Trazer à tona a indignação da sociedade frente à inoperante massa política, economia, falta de segurança. Pelo contrário, o que temos é bipolaridade como regra, e a ausência de um meio termo tem assegurado os extremos.

A (in)tolerância da (in)conveniência... Aos revolucionários, quando jovens são tidos como inexperientes, imaturos e inconsequentes; quando mais velhos malucos e desocupados... A ironia é que quem tenta rotular é geralmente quem se ocupa daquilo que conquistou por meio da revolução dos inconsequentes que pagam o preço por ter lutado pela causa certa, ao lado das pessoas erradas.

Para pensar, os governantes que se dizem os revolucionários de ontem construindo o país; são hoje os controladores do que chamam de anarquismo. Inversão de valores, provaram do poder, e não adianta estar no poder, precisam mostrar que o tem. Está na hora das pessoas tomarem as ruas, discurso da balela não cola, ativismo virtual não muda nenhuma realidade. Enquanto o Brasil tenta dar lição à Europa de como ajudar a África, por exemplo, esquece-se de fazer a lição de casa.

A revolução dos centavos! Tal como o cofrinho que se enche pela economia de moedas, economizamos por muito tempo nossa indignação, tenho receio que com isso ela tenha se perdido. Não esqueçamos o silêncio dos bons continua sendo a anuência, o aceite aos maus. Foi bem mais que centavos, e a conta da política também é paga por nós.

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