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Transexual gaúcha assassinada na Europa será sepultada na Espanha

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Foto: Arquivo Pessoal
Paloma morava há 12 anos na Espanha e foi encontrada morta por uma faxineira do quarto que alugava

Onze dias depois da morte da transexual Paloma Barreto, 38 anos, na Espanha, ainda não há data para o sepultamento. Apenas na última sexta-feira, uma semana após o crime, a família, que mora em São Gabriel, conseguiu a liberação do corpo. A trans foi assassinada com 18 facadas no dia 20 de setembro. O suspeito do crime, que também é brasileiro, foi preso no domingo pela polícia espanhola.

O corpo segue no Instituto Médico-Legal (IML) na cidade de Avilés, no Principado das Astúrias, Norte do país, onde o crime aconteceu. Amigos da vítima que moram na Espanha irão organizar o translado do corpo para a cidade de Alicante, no sudeste do país, onde Paloma residia e onde deverá ser sepultada. Como o dinheiro do seguro de vida ainda não foi liberado, os amigos arrecadaram doações para arcar com os serviços fúnebres. Velório e sepultamento devem ocorrer ainda nesta semana.

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Conforme a irmã da trans, Sinara Macedo, os amigos de Paloma, junto com uma ONG defensora da causa LGBTQI+, planejam uma série de homenagens durante o velório. Desde a morte, pelo menos dois protestos foram realizados na Espanha, pedindo por justiça no caso. A família de Paloma não terá como comparecer ao velório por questões financeiras.

- Devemos fazer uma homenagem para ela aqui em São Gabriel também. Talvez na data que a morte completar um mês ou no mesmo dia que ocorrer o sepultamento na Espanha. Pode ser que seja uma missa. Só agora que passou o baque inicial. Está sendo muito triste imaginar que alguém é capaz de tanta brutalidade - relata a irmã.

Sinara conta, ainda, que desde os 12 anos de idade Paloma se identificava como mulher e sempre foi aceita por toda a família. Desde que se mudou para a Espanha, há 12 anos, ela trabalhava como modelo e acompanhante de luxo. Ela não havia mais voltado para a cidade natal, mas planejava uma visita ainda no final deste ano. 

De acordo com a irmã, o suspeito do crime era conhecido da família. Ela lembra que era comum que ele aparecesse junto à trans nas chamadas de vídeo que faziam. Os dois trabalhavam juntos, e a vítima tinha uma relação íntima com o suspeito, que seria gaúcho, de Porto Alegre. Paloma e o autor do crime teriam se conhecido na Espanha e viajavam juntos pelo país.

O CRIME
Segundo informações do jornal espanhol El Comercio, o corpo, com diversos ferimentos causados por arma branca, foi encontrado pela faxineira do imóvel em que a vítima alugava um quarto, no centro da cidade, no dia 21 de setembro. Acredita-se que o crime tenha acontecido na noite anterior. Paloma foi atingida 18 vezes, tendo o pulmão perfurado. Ela tentou se defender com mordidas e arranhões, conforme material coletado nas unhas e na boca da vítima. Esse material será analisado pela perícia. 

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Ainda conforme o jornal, o suspeito do crime, que tem 24 anos e não teve a identidade revelada, foi detido dois dias após o assassinato. Ele teve a prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal da região das Astúrias. A motivação do crime não foi divulgada. 

O inquérito relacionado ao caso corre em segredo de Justiça. Segundo o jornal espanhol Diário de León, o suspeito admitiu conhecer Paloma, mas negou que ambos mantivessem relacionamento amoroso.

O QUE DIZ O CONSULADO
Por meio de nota, o Consulado-Geral do Brasil em Madri, capital espanhola, informou que mantém contato com os familiares de Paloma:

"De nossa experiência, a justiça espanhola costuma demorar na coleta de amostras e provas que julgue necessárias à investigação, com o parecer do médico-forense. Por isso, demorou para liberar o corpo.

O apoio prestado à família, como em outros casos, centra-se, principalmente, no contato com as autoridades locais. O Consulado atua com o intuito de facilitar a tramitação dos documentos, como a lavratura de atestado de óbito brasileiro para eventual traslado do corpo/cinzas ao Brasil. O Consulado também possui assessor jurídico e psicóloga que estariam à disposição da família. 

Como o caso está em segredo de justiça, informações sobre as investigações não podem ser divulgadas."

*Colaborou Janaína Wille

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