Foto: Marcelo Ribeiro (Caderno 7)
A novela envolvendo a disputa judicial em torno do transporte coletivo em São Gabriel, que se arrasta desde 2017, ganhou um novo capítulo. Atendendo pedido do Ministério Público (MP), a Justiça do município suspendeu a abertura do edital de concorrência pública para a concessão do transporte público na cidade, que ocorreria na última sexta-feira. Na ação civil pública, a promotora Karen Cristina Mallmann argumenta que há indícios de direcionamento na concorrência. Ontem, o prefeito Rossano Gonçalves (PR) se manifestou por meio de nota e anunciou que vai ingressar, ainda hoje, com um agravo de instrumento no Tribunal de Justiça do Estado (TJ).
Casal suspeito de aplicar o golpe do bilhete é preso em São Gabriel
- Eu vejo essa ação do MP como algo verdadeiramente absurdo. Desde julho de 2017 estou tentando dar um transporte de qualidade para a comunidade. O MP tem que se embasar na legalidade. O MP tem que dizer para quem foi feito o direcionamento - afirmou Rossano, adiantando, também, que vai enviar um pedido à chefia do MP pedindo uma investigação.
Rossano alega que o edital suspenso previa ônibus novos, com ar-condicionado e acessibilidade. Quanto à empresa Auto Viação Sanfelice (Coleurbanos), que contestou o edital, o prefeito afirma que ela está irregular desde 2016, "que tem ônibus velhos, sem ar-condicionado e só dois com acessibilidade". É a segunda licitação anulada.
Hoje é o último dia de inscrições para o concurso do Banrisul
O proprietário e gerente da Sanfelice, Vilson Paulo Sanfelice, rebate as informações do prefeito. Ele diz que a empresa opera com 20 ônibus e que oito carros têm acessibilidade.
- Com ar-condicionado não tem nenhum, mas temos dois ou três com ar climatizado. Como a cidade tem muita buraqueira nem iria funcionar. Com os elevadores (para pessoas com deficiência) é uma briga para funcionar - diz Sanfelice.
Em São Gabriel, além da Sanfelice, que opera na cidade há 42 anos, a Expresso Batovi também atua no transporte coletivo.