Após um adiamento e sete anos depois da morte de Helenara Pinzon, 22 anos, o júri do caso será realizado nesta quinta-feira em Santa Maria. Stéphanie Fogliatto Freitas, 31 anos, será julgada a partir das 9h desta quinta-feira (15), no prédio 13 da Universidade Franciscana (UFN) devido a reforma no prédio do fórum de Santa Maria. Ela foi denunciada por feminicídio.
O advogado de defesa Bruno Seligman de Menezes diz que houve uma acusação excessiva contra a sua cliente.
– Dificilmente uma situação que resulte em uma tragédia como esta tenha uma única verdade. O que nós pretendemos mostrar, é a quantidade de circunstâncias fáticas envolvidas e que elas não permitem a conclusão daquilo que a denúncia aponta, que é um homicídio torpe e feminicídio. Nós vamos trabalhar com o que foi apresentado no processo ao longo desses sete anos. É mostrar que a Stéphanie, embora profissional, era uma professora de educação física que ensinava Karatê. Se trabalhou muito para mostrar ela como uma pessoa violenta, se valeram inclusive de um preconceito com relação às artes marciais. A Stéphanie nunca foi uma pessoa violenta. Ela ministrava aulas para crianças e tinha um prestígio gigantesco no seu ambiente de trabalho e se viu envolvida em uma fatalidade, em uma tragédia – explica Menezes.
O júri chegou a ser marcado para acontecer em 10 de agosto, mas foi cancelado um dia antes, por questões de saúde do assistente de acusação, Antônio Carlos Porto e Silva. Neste julgamento, Porto e Silva não atuará como auxiliar de acusação. Como o julgamento foi reagendado, os sete jurados que haviam sido escolhidos para compor o júri foram liberados e novos jurados serão escolhidos entre os 25 voluntários que se inscreveram.
O caso
Helenara Pinzon e Stéphanie Fogliatto Freitas, à época com 22 e 24 anos respectivamente, terminaram o relacionamento mas ainda continuavam morando juntas quando o crime aconteceu.
A vítima foi encontrada morta no próprio apartamento, na Rua General Neto, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, na manhã de 5 de dezembro de 2015, após os vizinhos escutarem os pedidos de socorro e chamarem a polícia. Quando a Brigada Militar chegou ao local, encontrou Helenara sem vida com pelo menos três facadas no corpo.
Stéphanie foi levada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) pois estava em estado de choque. Na época, ela ficou internada por um mês no Hospital Casa de Saúde, e, posteriormente, foi encaminhada para a ala feminina do Presídio Regional de Santa Maria. Stéphanie permaneceu presa preventivamente até julho de 2016, quando ganhou liberdade provisória, mantida desde então.