Foto: Beto Albert (Diário)
A operação do transporte coletivo em Santa Maria terá alterações nos horários da linha UFSM a partir da próxima segunda-feira (15). A mudança ocorre em razão do recesso acadêmico na Universidade Federal de Santa Maria e valerá enquanto durar a redução das atividades no campus.
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De acordo com o aviso divulgado pela Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) de Santa Maria, a linha passará a operar com horários especiais, adequados à diminuição da demanda no período de recesso.
A empresa orienta que os passageiros consultem a nova grade de horários, que estará disponível no site e no aplicativo UrMob, onde é possível acompanhar os itinerários e os horários atualizados em tempo real.
A recomendação é que os usuários se organizem com antecedência para evitar transtornos, especialmente nos primeiros dias de vigência da alteração.
Possível redução de 35% nas operações
O sistema de transporte coletivo de Santa Maria pode enfrentar uma crise ainda em dezembro. A ATU afirma não ter recursos para pagar o 13º salário e o tíquete alimentação dos trabalhadores, devido à falta de repasse do subsídio municipal, estimado em R$ 15 milhões. Diante do cenário, uma das propostas apresentadas pelas empresas é a redução de 35% da operação dos ônibus no município.
A situação foi debatida em reunião do Conselho Municipal de Transportes, que contou com representantes do poder público e do setor. Após o encontro, o conselho comunicou oficialmente o Executivo e solicitou uma reunião de urgência com o prefeito Rodrigo Decimo (PSD). Segundo o vice-presidente do conselho, Rodrigo dos Santos, o cenário é inédito e há risco real de paralisação do serviço:
— Os operadores informaram que não têm capacidade financeira de pagar o 13º e o tíquete. Nunca na história de Santa Maria deixaram de cumprir com essa obrigação, mas agora a situação está insustentável. O Sintracover alertou que, se isso não for resolvido, será o caos para o transporte público. Há risco real de greve – afirmou.
As empresas alegam que, enquanto em 2024 o subsídio chegou a R$ 21 milhões, neste ano o valor não foi repassado integralmente. O diretor da ATU, Edmilson Gabardo, defendeu o pagamento imediato do subsídio e admitiu a redução da operação como alternativa emergencial:
– Tem várias sugestões que fizemos ao município. A primeira é que eles paguem o subsídio conforme a lei determina. A redução em 35% da operação também está entre elas. Teríamos que adotar em regime de urgência, para as empresas não falirem.
Já o Conselho Municipal de Transportes rejeita qualquer corte na oferta de ônibus. Para Rodrigo dos Santos, a prioridade deve ser a ampliação do serviço e a retomada de linhas suprimidas desde a pandemia:
— Quem precisa do transporte à noite não tem como voltar para casa. Isso não pode continuar. Se reduzirmos o sistema, aí sim será o fim do transporte público.