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Seu prédio está bem seguro contra incêndios?

data-filename="retriever" style="width: 100%;">As poderosas redes de televisão do país, na última semana, encheram nossos olhos com imagens chocantes do incêndio ocorrido no Hospital Badim. A tragédia ocorrida no hospital carioca deixou um saldo de uma dezena de mortos e inúmeras pessoas intoxicadas pela fumaça. Além das naturais situações de pânico, pavor, despreparo para atendimento imediato, solidariedade de vizinhos e improviso, conforme relato dos próprios parentes dos internados, a tragédia poderia ter sido muito maior.

No dia 20 de agosto de 1954 (uma sexta-feira), assustado, com meus 12 anos, assisti ao terrível incêndio da Escola das Artes e Ofícios Hugo Taylor, na esquina da avenida Rio Branco com a Rua dos Andradas. Anos depois, no mesmo lugar, assisti mais dois incêndios: o do Shopping Hugo Taylor e o do Colégio Riachuelo. Mais recentemente, nas proximidades deste local, o trágico incêndio da boate Kiss, que vitimou 242 jovens, dezenas deles meus ex-alunos.

De sorte que, por tudo que narrei, sou traumatizado por incêndios e tenho medo deles.

Conversando com meus amigos na roda diária do cafezinho, o assunto incêndio veio à baila. E obviamente, muitas indagações foram feitas. Cogitações ficaram no ar. Todas elas, claro, contextualizadas para situações de nossa cidade. Já que a maioria dos componentes da roda são moradores de edifícios. Muitos idosos. Com dificuldades de andar. Alguns já usando bengala. Sabe-se que nos prédios centrais há muito idoso que usa cadeira de roda e andador. Muitas perguntas ficaram no ar. Vou dividir com vocês algumas das inquietações dos meus amigos (e que são minhas também).

Nos edifícios são ministradas palestras (ou cursos) sobre como se comportar durante a eventualidade de um incêndio? Mesmo que se promovam estas palestras, as mesmas não sendo de frequência obrigatória e com a rotatividade dos inquilinos que alugam, que proveito terão para a segurança? Algum prédio na cidade já promoveu um exercício prático de evacuação simulada de todos os moradores sob a coordenação de pessoal especializado? Tenho a mais absoluta certeza que nosso valoroso Corpo de Bombeiros - sempre que solicitado - estará pronto a colaborar.

Todos os prédios têm seus extintores em perfeitas condições, com prazo de validade, prontos para serem usados? Os moradores foram treinados para usá-los? Ou só os funcionários têm acesso a eles? Eles são vistoriados periodicamente?

Existem prédios (poucos) que não possuem funcionários na portaria durante a noite (outros estão cogitando dispensar funcionários na parte noturna por razões de "economia", o que considero um erro grosseiro em matéria de segurança). Na eventualidade de um incêndio, a quem caberá a tomada de providências iniciais?

Existem prédios com instalações internas obsoletas, precárias, necessitando de adequações modernas urgentes. Em alguns prédios o esforço e boa vontade do síndico esbarra na demora da companhia concessionária de energia em instalar transformador na parte externa do prédio.

Até quando empurrar tão urgente providência com a barriga?

Moradores devem recorrer à Justiça? Condomínio deve acionar a concessionária de energia?

Ou devem apenas chorar pelos mortos depois?

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