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Ponto de vista

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Não lembro quem já fez esta sábia reflexão. Se perguntarmos a um homem quais são os animais ferozes para ele, logo teremos uma resposta: o tigre, o leão, o lobo...Se fizermos a mesma pergunta a uma formiga, ela também não terá dúvida: o pinto, a aranha...Ou seja, importa sempre dar atenção ao ponto de vista de quem vê, ouve, julga, descreve pessoas, animais, circunstâncias, acontecimentos. Façamos uma experiência. Liguemos uma TV num determinado canal e vejamos o noticiário do início da noite. Mais tarde, troquemos de canal, e vejamos também o noticiário do fim do dia. Desliguemos a TV e passemos a avaliar as notícias ouvidas/vistas, as escolhas feitas, os destaques ou a irrelevância dada a pessoas e fatos. Logo veremos que o mesmo acontecido passa a ter diversas narrativas e avaliações, dependendo do ponto de vista.

Há perguntas que se tornam necessárias para entendermos o que acontece. Por exemplo, que valores norteiam a TV (o mesmo se aplica a rádios, jornais e revistas) na leitura do que está sendo noticiado? Que formação e experiência tem o jornalista ou radialista para descrever e interpretar o noticiado? Que interesse explícito ou oculto pode ter o veículo de comunicação na difusão ou não de um fato? Que ideologia orienta os donos e/ou diretores da TV, rádio, jornal, revista, objeto da nossa atenção?

Essas e outras perguntas e questões, quando respondidas ou explicitadas, podem dizer-nos sobre o compromisso com a verdade por parte de quem a comunica aos ouvintes e leitores. Quem já não se perguntou por que há tantas versões e interpretações sobre leis e fatos tão claros, visíveis e simples? Noutro dia, o Brasil acompanhou o julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a possibilidade e legalidade de um novo mandato na presidência do Senado e na Câmara dos Deputados. Nem estudante de Direito, no primeiro ano da Faculdade, teria qualquer dúvida sobre o texto constitucional, que veda a recondução do presidente. O que se viu? No caso concreto, o ponto de vista de cada Ministro do STF foi mais uma demonstração de explícito compromisso político do que uma simples interpretação legal, uma aula de como se pode dar descrédito a uma instituição.

Além do desafio diário e constante que temos como leitores e ouvintes para identificar o que está atrás ou por dentro do divulgado, nos meios de comunicação, há, atualmente, outro desafio ainda mais sério e presente: distinguir o que é real e verdadeiro do que é irreal e fake news! Esse é um pouco do novo mundo em que vivemos. Não dá mais para deixar de ser "um bom perdigueiro" na caça às boas informações, sob pena de voltarmos para o nosso mundo de mãos vazias!

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