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OPINIÃO: Falta de bom senso?

No mundo de hoje, tudo anda em alta rotatividade. Tudo é muito veloz. A maioria das pessoas tem pressa, não tem paciência, toda a espera estressa e até irrita. Essa rapidez, porém, só não acontece com coisas públicas. Aí, tudo é devagar, tudo é quase parando. Realmente, no que se refere aos bens públicos, falta muita coisa. Falta bom senso, faltam prioridades, falta agilidade, faltam investimentos e decisões.

Exemplo disso é o que acontece com as nossas rodovias. Há mais de 20 anos, esperamos a duplicação da rodovia Santa Maria-Camobi, ERS-509. E desde que iniciou a sua construção, lá se vão mais de sete longos anos e ainda estamos na espera da conclusão. Desejávamos ver um trânsito que fluísse normalmente, sem excessos, é claro, mas também que evitasse o congestionamento ou o engarrafamento.

Infelizmente, não sei se é por falta de bom senso ou por outra razão que, no trecho de 10 quilômetros da rodovia, vemos placas alternando a velocidade em 40, 50 e 60 km por hora, tornando o trânsito lento e dificultando o fluxo normal de veículos. Quem sabe, por trás disso, estará a indústria da multa? Por que, então, duplicar uma rodovia, investir uma fortuna e depois torná-la tão lenta como se fosse pista única? Desculpem, mas algo está errado. Parece que isso só acontece no Brasil e, aqui, no Rio Grande do Sul. Por que, aqui, tudo precisa ser diferente?

Pedágios por todos os lados, estradas sem acostamento, péssima conservação e, pior ainda, a restauração irregular e as multas correndo soltas. Estranho, pois passei, literalmente, de ponta a ponta os Estados de Sergipe e Alagoas e não encontrei nenhum pedágio. E, por surpresa, as estradas em bom estado de conservação. É verdade que há excesso de acidentes cujas causas são sempre lembradas, como o excesso de velocidade, a imprudência, a embriaguez, porém, as más condições das rodovias e as precárias placas de sinalização em muitas dessas rodovias também são causas de acidentes.

Acredito que devemos insistir na cultura do amor à vida, do respeito, da consciência de que, quando viajamos, não estamos sozinhos na estrada e entender que elas não são exclusivamente nossas, são de todos. Precisamos vencer a cultura de que podemos desrespeitar as leis e, ainda mais grave, acharmo-nos os donos das estradas e os super-homens ou supermotoristas que tudo podem e a quem nada acontece.

Gostaria de dizer que necessitamos investir muito mais na educação, na conscientização, na valorização da vida, no amor ao próximo, do que na punição, mesmo que essa, dentro dos limites, seja necessária e ajude a educar. Enfim, precisamos ter bom senso sobre as coisas públicas e ter consciência de que criar a indústria da multa não educa. É preciso educar as crianças e os jovens para que tenhamos, num futuro próximo, uma geração capaz de ser mais sensível e mais preocupada com o bem comum.

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