
Se observarmos o comportamento dos brasileiros nesses dias, vamos observar uma apatia generalizada, em todos os sentidos. Estamos frustrados, sem esperança, sem motivação, parece que não temos futuro. Na semana passada, foi publicada uma pesquisa em que 53% dos brasileiros mostram-se indiferentes à Copa do Mundo. E dizer que o Brasil foi considerado o país do futebol. Recordo que, há pouco tempo, presenciava-se, em qualquer município, a qualquer hora do dia, crianças e adolescentes, em terrenos baldios, correndo atrás de uma bola, felizes.
Daí, revelavam-se craques, ou nem tantos, mas desenvolviam a arte de lidar com a bola, uma paixão nacional. Os tempos são outros. Não há mais espaço para isso, nem motivação. Agora, os interesses estão voltados para tablet, celular ou computador, quando não estão servindo como "mulas" para o tráfico de drogas. Isso se repercute em tudo. Estamos vivendo uma Copa do Mundo sem interesse da maioria dos brasileiros. Estamos às vésperas de uma eleição que pode definir o nosso futuro, enquanto nação, mas parece que não estamos motivados para isso.
As eleições que se avizinham, pelo menos até aqui, parecem ser indiferentes aos brasileiros que, a julgar pelas pesquisas, não têm demonstrado motivação que o tema - eleições - merece. No último pleito, foram 29% ou 32,5% dos votantes, ou aptos a votar, entre abstenções, nulos e brancos dos credenciados - 142,8 milhões de eleitores. Esse número pode aumentar e, quanto maior for, menor será a legitimidade para exercer o governo e, não tendo legitimidade popular, leia-se voto, mais dependerá de arranjos parlamentares para garantir a governabilidade.
Obtendo maioria parlamentar, não mais será um governo do povo, mas um governo de conchavos, como tem sido ao longo dos anos. Quem não consegue esse arranjo não governa ou é afastado via impeachment. Isso nos leva a permanente instabilidade. Precisamos que surja algo novo, com propostas novas, inovadora, sem o mesmismo de sempre. Não sendo assim, como vamos enfrentar os próximos quatro anos? Com mentiras, promessas descumpridas, corrupção, arranjos, sem motivação para viver, produzir e buscar a felicidade que todos merecemos.
Mas, para que tudo se modifique, é preciso que nós nos modifiquemos; do contrário, ficará tudo como está, sem perspectivas, sem esperanças. Portanto só depende de nós.