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O Edifício Taperinha

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Situado na esquina da Rua do Acampamento com a Rua Alberto Pasqualini, popularmente chamada de Rua 24 Horas, o Taperinha é um dos prédios mais conhecidos e emblemáticos de Santa Maria. Construído durante a década de 50 e dotado de uma arquitetura muito interessante, com destaque para seu corpo em formato de "L", é uma obra marcante e que se mantém, até hoje, como uma referência na cidade.

Meu pai trabalhou durante um ano e meio na sua construção, como apontador de obras e, depois, na carpintaria. Através dos seus relatos e, também, da valiosa colaboração do Dr. Roberto Rizzato, filho de um dos construtores do prédio, trago um pouco da sua história e de curiosidades.

Até meados dos anos 50, não existia a Rua Alberto Pasqualini. Ela se originou a partir do Taperinha. Isto porque, como forma de viabilizar o acesso de veículos ao edifício, foi aprovada, junto à Câmara de Vereadores, a abertura de uma rua interligando a Acampamento com a Floriano Peixoto, de tal forma que as garagens pudessem ser acessadas por esta nova via.

O local da futura rua era um grande buraco. Para aterrá-lo, foi depositado o material que saía da escavação do Taperinha. Como naquela época não havia maquinário para realizar esse tipo de serviço, todo o trabalho foi feito manualmente. Operários utilizavam picaretas e pás para rasgarem o solo e, junto a eles, filas de homens com carrinhos de mão levavam a terra para tapar o buraco da rua que seria criada. E, assim, foi surgindo a Alberto Pasqualini.

Nessa época, Santa Maria não tinha profissionais capacitados para uma obra desse porte. Por isso, todos os projetos foram feitos em Porto Alegre, pela firma de engenharia Rui Tedesco, com a participação do arquiteto Cláudio Rizzato. Outros profissionais também vinham de fora, como encanadores e eletricistas.

O edifício foi concebido em sociedade pelos irmãos Antônio, Ângelo e Ricardo Rizzato. O nome do prédio surgiu a partir de uma propriedade rural da família, que se chamava Taperinha.

Quem comercializava os apartamentos era o sócio Ricardo Rizzato, que costumava viajar para a fronteira, visitando cidades como Uruguaiana, Itaqui, Alegrete e São Borja. Nessas localidades, entrava nas fazendas, se apresentava e oferecia os imóveis.

Com seus 16 andares, o Taperinha foi, por muitos anos, o edifício mais alto da cidade. Uma das suas características é que as paredes externas são duplas, proporcionando conforto acústico e térmico. Reza a lenda que foi enterrado um baú no meio do terreno, contendo jornais, fotografias e outros materiais da época.

Logo que o prédio foi finalizado, a Drogaria Rizzato se instalou onde hoje funciona o Banco Santander, tendo ao lado um bar com o famoso café pingado. Nessa época, o Taperinha dispunha de uma capela para a realização de missas.

Na esquina das ruas Acampamento e Alberto Pasqualini, os homens de mais idade se reuniam para conversar. Quando passava alguma mulher bonita, tinham o hábito de se cutucarem. Com isso, surgiu o apelido de "Esquina do Cotovelo".

Com aproximadamente 60 anos de vida, o Taperinha acompanhou o crescimento e as transformações da cidade, sem jamais perder a sua magia e o seu encanto, sua elegância e solidez.

E assim, imponente, vai seguindo sua trajetória, abrigando famílias, embalando sonhos e sendo uma marca registrada de Santa Maria.

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